Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Impactos socioeconômicos nas comunidades rurais atingidas pela construção da usina Serra do Facão em Catalão (GO)

2023; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 21; Issue: 12 Linguagem: Português

10.55905/oelv21n12-074

ISSN

1696-8352

Autores

Fernando Paulino de Castro Borges, Aline Valverde Arrotéia, Ainglys Cândido Pinheiro, Randolpho Natil De Souza,

Tópico(s)

Water Governance and Infrastructure

Resumo

O Brasil é um grande produtor de energia hidroelétrica devido à abundância de recursos hídricos, destacando-se com numerosas usinas hidrelétricas. Entretanto, a produção hidrelétrica está sujeita a flutuações climáticas e sazonais, como evidenciado no "Apagão de 2001", que resultou de planejamento inadequado e baixa pluviosidade. Isso levou a cortes programados de eletricidade e destacou a necessidade de diversificar a matriz energética. Nesse contexto, este trabalho aborda os impactos socioambientais da Usina Hidrelétrica Serra do Facão em Catalão (GO). O objetivo é analisar os impactos socioambientais da construção da Usina Hidrelétrica Serra do Facão nas comunidades locais, destacando desapropriações, perda de meios de subsistência e biodiversidade. Além disso, busca-se compreender como a construção da usina afetou as relações sociais, políticas e econômicas das comunidades camponesas. O estudo se baseia em dados de campo e pesquisa documental. São apresentados casos específicos das comunidades Olhos D’Água e Anta Gorda, que sofreram impactos profundos devido à construção da usina. O trabalho também destaca a importância da organização e mobilização das comunidades afetadas, exemplificada pelo Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB). A produção hidroelétrica é fundamental no Brasil, mas a construção de usinas como a Serra do Facão resulta em impactos socioambientais significativos. A expropriação das comunidades camponesas e a inundação de terras férteis causam perdas irreparáveis de laços sociais, tradições e modos de vida. Além disso, a priorização dos interesses econômicos muitas vezes prejudica as comunidades locais e o meio ambiente. É essencial encontrar um equilíbrio entre a demanda por energia e a proteção das comunidades e do meio ambiente. Isso requer uma avaliação cuidadosa dos projetos de geração de energia, considerando não apenas os aspectos econômicos, mas também os sociais, culturais e ambientais. A mobilização das comunidades, exemplificada pelo MAB, desempenha um papel importante na busca por indenizações justas e na defesa de seus direitos. Em última análise, o desenvolvimento energético no Brasil deve ser sustentável e equitativo, levando em conta o bem-estar das comunidades locais. A construção de usinas hidrelétricas deve ser acompanhada por uma análise criteriosa de seus impactos e uma abordagem inclusiva.

Referência(s)