
Censura livre:
2023; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 16; Issue: 1 Linguagem: Português
10.15448/1984-4301.2023.1.44235
ISSN1984-4301
AutoresÂngela Cogo Fronckowiak, Inara Moraes dos Santos,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoDesde Poemas da Iara (2008), Eucanaã Ferraz nega-se ao rótulo de poeta para crianças. Sua poesia “censura livre” não demarca temporalmente a infância, pondo entre parênteses a linguagem, a escrita e as palavras. Seu não didatismo intencional requer do adulto, escritor e leitor, a superação das reservas imagéticas da forma escolar, que domesticam o imaginário. Eucanaã afirma que toda a poesia é exigente e que ele não facilita para as crianças, pois facilitar na criação é um equívoco dos sentidos. Autor de Bicho de sete cabeças e outros seres fantásticos (2009), Palhaço macaco passarinho (2010), Água sim (2011) e Em cima daquela serra (2013), Eucanaã explora recursos que despertam o interesse infantil, mesmo quando a voz poética não é a da criança e se volta a temáticas mais exigentes. No artigo, reconhecemos a “pedagogia do olhar”, referida pelo autor acerca de Cada coisa (2016) e a investigamos na sua exclusiva concretização verbal com o intuito de dar a ver uma poética que singulariza o valor da escuta compartilhada para o adensamento da imaginação. Escuta aberta e atenta que exige tanto do olhar quanto do ouvido.
Referência(s)