Anomalia de Ebstein com comunicação interatrial em paciente gestante com pré-eclâmpsia: um raro relato de caso
2023; Brazilian Journal of Development; Volume: 6; Issue: 6 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv6n6-339
ISSN2595-6825
AutoresDavid Matteucci Bezerra Fialho, Kaline dos Santos Kishishita Castro, Rita Mikelle Soares Dias, Arielly Carvalho Rosa, Bruna Gomes Vasconcelos, Lorrana Vaz de Sousa Lima, Camila Coelho Chaves Gaspar, Ana Emanuelle Ribeiro Nunes Carvalho, Pedro Ivo Uchôa Serra Mendes de Castro, Amanda de Morais Melo, Gabriella Lima Gomes, Lydyana de Jesus Boás Camberimba, Ysa Lima de Andrade, Giovanny Silva Barbosa de Carvalho Alencar, Diego Araújo Diniz, Lucas Arruda Macedo Coelho, Bruna Vital Pereira Moreira, Jonathan Barbosa Castro, Dariany Ribeiro Meireles, Juliana Feitosa Ferreira, Mikhael Djalma Galvão Ferreira, João Gabriel Gomes Araujo, Wandson Rodrigues Sousa, Vítor Esdras Pinheiro Correia Rocha, Petrônio Alves Macedo Filho, Maria Áurea Lira Feitosa, Glaucia Galindo Silva, Lucas Carreiro De Freitas, Edmilson Gonçalves Rodrigues Neto,
Tópico(s)Cardiac Arrhythmias and Treatments
ResumoA Anomalia de Ebstein (AE) é uma cardiopatia congênita rara, ocorre em apenas 1% das más formações cardíacas. É uma alteração da implantação dos folhetos da valva tricúspide, ocorre o aumento do volume do átrio direito e a atrialização do ventrículo direito. Geralmente, possui uma evolução clínica lenta, com sintomas aparecendo em idade avançada. A comunicação interatrial (CIA), também consiste em uma cardiopatia congênita, do tipo acianótica, comumente assintomática, com prevalência de 5 a 10% de todas as cardiopatias, mais comum em mulheres. Baseia-se na formação de um “shunt” esquerdo-direito, podendo causar hiperfluxo da veia pulmonar. Por outro lado, a pré-eclâmpsia é uma complicação gestacional detectada na vigésima semana. É uma disfunção materno/placentária responsável por elevação da pressão arterial (> 140/90 mmHg), associada a lesão de órgão alvo, proteinúria ou disfunção útero/placentária. Neste estudo, o objetivo é relatar as complicações desenvolvidas durante a gestação em paciente que possuía essa rara associação de comorbidades. Paciente feminina, 20 anos, primigesta com 30 semanas e 4 dias, vista em USG obstétrico, com descontrole pressórico desde de o início da gestação. Cardiopata, sem acompanhamento, apresentando EA e IA (diagnóstico em laudo de 2008). Foi admitida em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com dispneia, saturação de O2 de 91%, pressão de 150/100 mmHg. Após estabilização, solicitados pareceres para cardiologia, obstetrícia e risco anestésico. USG obstétrico mostrou compartimento fetal alterado e relação cérebro/placentária alterada. No 2º dia, após corticoterapia, paciente retorna do centro-cirúrgico após cesariana, acoplada à ventilação mecânica invasiva, devido à descompensação. Radiografia pós-cirurgia mostrou pequeno derrame pleural bilateral. Mantida Cefalotina por mais 2 dias. No dia 3, TC de tórax revelou derrame persistente e consolidações, iniciando Ceftriaxone e Clindamicina. Noradrenalina iniciada após descompensação hemodinâmica. No dia 6, após teste de respiração espontânea bem-sucedido, o ecocardiograma evidenciou AE, insuficiência tricúspide acentuada e mitral leve. Sem critérios graves, a paciente foi transferida para a enfermaria para seguimento e término da antibioticoterapia. A gestação pode agravar riscos em pacientes com comorbidades raras como anomalias cardíacas congênitas. O acompanhamento específico é crucial e, em casos graves, a gravidez deve ser evitada.
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