Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A DISTOPIA DO FILME JUIZ DREDD E AS ATUAIS FACES DO CONTROLE SOCIAL

2023; Faculdade Novo Milênio; Volume: 16; Issue: 12 Linguagem: Português

10.54751/revistafoco.v16n12-148

ISSN

1981-223X

Autores

Vladimir Sampaio Soares De Lima,

Tópico(s)

Crime, Illicit Activities, and Governance

Resumo

Alto índice de desemprego, pauperização da população, violência social extrema, um Estado que só aparece para sua população em sua faceta do direito penal, punindo discricionariamente as pessoas, com leis draconianas e sem subjetividade. Esses elementos expostos poderiam ter relação com a descrição de qualquer Estado contemporâneo, tendo em vista que essas são características próprias do novo estágio do capitalismo, o neoliberalismo. Entretanto, os indicadores acima apontados têm relação com um quadrinho, e com um filme, ambos chamados Juiz Dredd. Essa história se passa num futuro distópico, no próximo século, e contém elementos próprios, obviamente com uma lente de aumento sobre os fenômenos, dos ditos Estados penais, liberais economicamente e punitivos contra os mais pobres. Para realizar a análise dos elementos existentes nos quadrinhos, e no filme, será utilizado o referencial teórico da Criminologia Crítica, em especial àquela vertente ligada ao sociólogo Loïc Wacquant em sua obra Punir os Pobres, bem como com outros trabalhos deste autor sobre os imbricamentos entre Estado penal e neoliberalismo. Esta é a inquietação que orienta o presente artigo: analisar as temáticas inseridas no filme Juiz DREDD, com o auxílio de alguns arcos narrativos dos quadrinhos – a revista faz 46 anos esse ano, não seria possível revisitar toda a obra -, acerca do chamado controle social, tendo como norte que a função do sistema penal não declarada, em sua concepção mais radical, é a gestão da miséria de forma seletiva, de acordo com os interesses morais e econômicos dos setores hegemônicos do capitalismo. A tarefa é analisar o universo do Juiz Dredd enquanto objeto criminológico, ou seja, como o fenômeno social, pois este agente da lei, por deter as competências para realizar prisões, acusar, condenar e executar, e, até mesmo, matar criminosos com sua arma chamada Legisladora, tem mais proximidade com nossas narrativas históricas atuais do que um improvável futuro distópico.

Referência(s)
Altmetric
PlumX