Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A quetiapina: 3 medicamentos em uma única molécula: uma breve revisão e atualização

2023; Associação Brasileira de Psiquiatria; Volume: 13; Linguagem: Português

10.25118/2763-9037.2023.v13.1054

ISSN

2763-9037

Autores

Leonardo Caixeta, Ciro Mendes Vargas, Yanley Lucio Nogueira, Leonardo Baldaçara, Suzy Mara Maia dos Reis Alfaia, Arthur Rabahi, Victor de Melo Caixeta,

Tópico(s)

Pharmacological Effects and Toxicity Studies

Resumo

Introdução: O conhecimento sobre a neurobiologia dos transtornos psiquiátricos tem aumentado nas últimas décadas, da mesma forma que a psicofarmacologia tem gerado novos insights sobre o mecanismo de ação e aplicação de antipsicóticos modernos. Objetivo: A quetiapina se destaca como uma das principais e mais difundidas moléculas do grupo, razão pela qual merece ser mais bem compreendida nos seus vários aspectos, motivo dessa atualização. Método: Conduzimos uma breve revisão e atualização sobre vários aspectos da quetiapina, desde componentes de sua ação farmacológica, efeitos colaterais recentemente descritos, até novas indicações na psiquiatria moderna. Resultados: A molécula quetiapina é muito versátil, tendo amplo espectro de ações e indicações, não se restringindo à sua classe de antipsicótico e extrapolando para situações clínicas como insônia, depressão unipolar e bipolar, transtornos de ansiedade, transtorno de personalidade limítrofe, delirium, abuso de substâncias comórbidas, e outras. A quetiapina tem efeitos hipnóticos em doses baixas, efeitos sobre o humor em doses intermediárias e efeitos antipsicóticos em doses mais altas. Sua segurança na gravidez e amamentação, bem como na infância e em idosos, amplia ainda mais seu conjunto de indicações. Cuidados devem ser tomados com a síndrome de descontinuação e com seus efeitos metabólicos, mas a sedação e o ganho de peso são seus principais efeitos colaterais. Conclusões: A quetiapina se revela uma molécula altamente útil para várias condições psiquiátricas que representam problemas de saúde pública, dada sua prevalência global. Sua segurança e boa tolerabilidade, além de amplo espectro de indicações, a tornam uma molécula promissora para uso desde a atenção básica até cenários clínicos de transtornos psiquiátricos graves e resistentes aos tratamentos convencionais.

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