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COLONIALIDADE, INFERIORIZAÇÃO E O PROTAGONISMO FEMININO NA OBRA NIKETCHE: UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA

2024; Faculdade Novo Milênio; Volume: 17; Issue: 1 Linguagem: Português

10.54751/revistafoco.v17n1-081

1981-223X

Danilo Nascimento Dos Anjos, Tiago José da Silva Tabayara,

Cultural, Media, and Literary Studies

Este trabalho tem como objetivo principal evidenciar o protagonismo feminino na obra Niketche: uma história de poligamia da escritora moçambicana Paulina Chiziane. Pretendemos mostrar as várias versões que a personagem principal, Rami, revela ao longo da narrativa e o quanto elas estão associados às questões histórico-culturais da realidade feminina em Moçambique, em suma, as localidades em que as mulheres citadas no ato poligâmico encontram-se. A personagem principal após descobrir que seu casamento estava em crise busca saber os motivos e descobre que seu esposo, Tony, tem outras mulheres. A partir de então, Rami sai de um status de passividade e ganha total protagonismo na obra. Após frustrações num primeiro encontro com a primeira amante, Rami munida de prejulgamentos percebe que a realidade ao qual está passando soma-se a dessa e das demais mulheres envolvidas no ato poligâmico. Após desentendimentos iniciais, essas mulheres unem-se e com isso podemos notar o empoderamento feminino presente na narrativa. Contudo, este empoderamento encontra-se consolidado às questões femininas da realidade cruel moçambicana, que tem em sua cultura traços massacrantes, enraizados pela colonização, que colocam o macho num lugar privilegiado e a fêmea numa condição desfavorecida. Essa pesquisa possibilita uma análise nessas questões indenitárias feminina de Moçambique e permite um mergulho na subjetividade colocada por Chiziane, evidenciando ao leitor o papel da mulher como protagonista e não mais como coadjuvante de sua própria história. Este trabalho é de cunho bibliográfico e baseia-se em Beauvoir (1970), Zolin (2009), Arnfred (2015) e mais alguns.