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Influência de papéis de gênero na construção de personagens em Pluft, o fantasminha, de Maria Clara Machado

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 1 Linguagem: Português

10.55905/revconv.17n.1-244

1988-7833

Gustavo Oliveira dos Santos,

Cultural, Media, and Literary Studies

Este artigo analisa, por meio de confrontamento bibliográfico de textos como Beauvoir (1970), Butler (2003), Federici (2019) e Wolf (1992), como papéis de gênero performados por personagens-fantasmas e personagens humanos influenciam a sua construção na peça Pluft, o fantasminha, de Maria Clara Machado (2009). São suas conclusões: os marinheiros amigos, influenciados por seu superior falecido, o Capitão Bonança, performam a masculinidade hegemônica; Capitão Bonança representa o homem ocidental moderno a partir de sua prática colonialista de, em vida, tomar tesouros de territórios longínquos, como se fossem seus por direito; Maribel é um estereótipo de menina indefesa e, em meio à adversidade de seu sequestro, passiva; Perna de Pau reflete a cultura patriarcal do estupro ao querer casar-se com uma menina sem idade para consentimento sexual; a Senhora Fantasma é um estereótipo de uma típica mãe e dona de casa brasileira dos anos 1950, integralmente devotada aos afazeres domésticos e à criação do seu filho; e Pluft é o personagem masculino mais desapegado de estereótipos de gênero, apesar da repressão de sua mãe para que ele sempre se comporte de forma tão masculina quanto o seu corajoso pai.