Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Escrever, elaborar, experienciar: o estatuto da escrita na clínica psicológica

2024; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 24; Linguagem: Português

10.12957/epp.2024.63575

ISSN

1808-4281

Autores

Fábio Scorsolini-Comin, Manoel Antônio dos Santos,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

Embora a escrita seja uma dimensão fundante na formação em Psicologia e atravesse de modo constante a atuação profissional, essa vertente tem sido frequentemente negligenciada ou debatida em seu caráter mais automatizado e técnico, como ocorre na escrita científica, na produção de relatórios e na construção de laudos psicológicos, por exemplo. Tal enfoque posiciona a escrita a serviço de uma lógica instrumental, um produto. Ainda é incipiente a discussão acerca da escrita enquanto produção de cuidado e como espaço potente, que tem uma função organizadora tanto para o desenvolvimento profissional como para a promoção de uma atuação compromissada com a defesa da vida. Discutindo a função constitutiva da escrita a partir do método Bick de observação da relação mãe-bebê na família e do registro de atendimentos psicoterápicos, este ensaio problematiza a escrita como um espaço articulador do pensamento clínico e não meramente como instrumento para a atuação profissional. Endereçamentos acerca desse argumento são apresentados e tensionados.

Referência(s)