Artigo Acesso aberto

Bergman foi à guerra: a estética da violência em Persona (1966) e Vergonha (1968)

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 1 Linguagem: Português

10.55905/revconv.17n.1-430

ISSN

1988-7833

Autores

Douglas Meurer Kuspiosz, Francismar Formentão,

Tópico(s)

Kierkegaardian Philosophy and Influence

Resumo

Neste artigo apresentamos um estudo em relação à constituição dos enunciados do diretor sueco Ingmar Bergman (1918-2007) em relação à violência humana. Em seus filmes Persona (1966) e Vergonha (1968), Bergman dialoga e mantém como voz importante em seu discurso fílmico uma aversão à guerra, representada nas películas através de diálogos com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a com Guerra do Vietnã (1955-1975). A pesquisa se deu através das concepções teóricas do filósofo russo da linguagem Mikhail Bakhtin, especificamente com os conceitos de dialogismo, polifonia, exotopia e ato responsável. A investigação mostra que o diretor construiu, ao longo dos filmes Persona e Vergonha, um enunciado contrário à guerra. Em Persona, um diálogo com um ataque ao vilarejo de Tay Ninh, no Vietnã, e uma fotografia do Gueto de Varsóvia, durante a Segunda Guerra Mundial, apontam para o fato de que Bergman, aos poucos, faz um uso estético da violência. Neste ponto, também, a atriz Liv Ullman aparece como uma voz fundamental para a constituição do enunciado polifônico do diretor. Por fim, em Vergonha, o ato responsável de Bergman é essencialmente uma resposta às guerras, focando nos impactos cotidianos e na vida de pessoas comuns.

Referência(s)