OBESIDADE, DISFUNÇÃO ENDOTELIAL E HIPERTENSÃO ARTERIAL
2023; Volume: 33; Issue: 4 Linguagem: Português
10.29381/0103-8559/20233304373-81
ISSN2595-4644
AutoresAdriano Meneghini, Antônio Carlos Palandri Chagas,
Tópico(s)Agricultural and Food Sciences
ResumoA obesidade está relacionada ao aumento da incidência de doenças cardiovasculares, respondendo pelo aumento da taxa de mortalidade em 10 anos em até 2,8 vezes. A elevação do risco de morte por obesidade está associada à presença de hipertensão arterial; diabetes tipo 2 e dislipidemia entre outras comorbidades. O risco de desenvolver doença cardiovascular aumenta a partir do sobrepeso. No Brasil, 22% da população adulta apresenta sobrepeso ou obesidade. A adiposidade abdominal, medida pela circunferência abdominal ou pelo cálculo da relação cintura-quadril, especialmente quando combinados com o aumento dos triglicerídeos plasmático, é mais efetiva para identificar o acúmulo de gordura visceral e o perfil metabólico adverso que o índice de massa corporal isoladamente. Na dependência de sua localização, o tecido adiposo pode ser classificado como visceral e subcutâneo, conforme as características dos adipócitos como branco, marrom e bege. O tecido adiposo deve ser considerado um órgão altamente dinâmico, diferenciado com base na composição celular e na sua localização anatômica. O aumento da adiposidade visceral representa uma das principais causas de desenvolvimento de hipertensão arterial. Em obesos, a expressão do angiotensinogênio encontra-se elevada. O estado inflamatório crônico do tecido adiposo, o estresse oxidativo e a inflamação estão relacionados ao aumento da deposição de gorduras no espaço perivascular, resultando no aumento da liberação de adipocinas pró-inflamatórias, como o TNF-α, a IL6 e a IL8. A leptina, a adiponectina, a visfatina, a omentina são alguns dos hormônios secretados pelos adipócitos e estão associados à elevação do risco cardiovascular. A remodelação da matriz extracelular influencia a integridade do colágeno e da elastina. Seu mecanismo de ação está relacionado à ativação das metaloproteinases da matriz (MMPs), a clivagem da elastina e a liberação de fragmentos pró-inflamatórios. A perda das propriedades viscoelásticas dos glicosaminoglicanos da matriz extracelular e as alterações na fibronectina e na integrina promovem a fixação das células do músculo liso vascular à matriz extracelular e contribuem para amentar a rigidez vascular. O consumo aumentado de carboidratos e gorduras saturadas e a diminuição da prática de atividades físicas têm aumentado significativamente a prevalência da obesidade na população mundial
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