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A necropolítica no Brasil contemporâneo: tópicos para uma educação antirracista

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 2 Linguagem: Português

10.55905/revconv.17n.2-226

1988-7833

Paulo Sérgio Cantanheide,

Migration, Racism, and Human Rights

Esse artigo aborda a morte da juventude negra e o processo de extermínio de povos indígena no Brasil a partir do viés teórico da necropolítica elaborado pelo cientista político e filósofo camaronês Achille Mbemben (2016). O trabalho é produto de um projeto de pesquisa, intitulado: “A morte precoce da Juventude negra: expressão de uma necropolítica em curso no Brasil”. Com o desenvolvimento da pesquisa constatou-se dois fenômenos: primeiro que a política de morte atingia de igual modo os povos indígenas; depois que, naquele momento, crescia cada vez mais no Brasil uma prática discursiva que fazia apologia às ideias nazifascistas. Por meio de pesquisa bibliográfica e uma pesquisa observacional, desenvolvida nos jornais diários Folha de São Paulo e O popular, entre os anos 2020 e 2023, procurou-se analisar dados e discursos referentes a casos de morte e violência que tiveram como vítimas crianças, adolescentes e jovens negros e povos indígena. Em relação a esses últimos, foi dado maior ênfase à tragédia a que foram submetidos os povos Yanomamis da região amazônica. O objetivo é investigar se na sociedade brasileira existe uma relação sócio histórica entre racismo, necropolítica e o recente recrudescimento do ideário nazifascista? E como esse senário, se confirmada essa hipótese, constitui um desafio para uma educação antirracista no Brasil contemporâneo?