Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Terra das Fadas de J.R.R. Tolkien

2023; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO; Volume: 13; Issue: 31 Linguagem: Português

10.23925/2236-9937.2023v31p210-232

ISSN

2236-9937

Autores

Diego Genu Klautau,

Tópico(s)

Diverse Education Studies and Reforms

Resumo

Este artigo investiga o ensaio Sobre Estórias de Fadas, de J.R.R. Tolkien, com o objetivo de delinear uma hermenêutica para a metáfora de “Feéria”, a Terra das Fadas, sempre em diálogo com a tradição filosófica da antiguidade grega, especificamente com A República de Platão, De Anima e Poética de Aristóteles e a Suma Teológica de São Tomás de Aquino. O contexto histórico da Inglaterra do início do século XX e a biografia de J.R.R. Tolkien endossam a pertença deste autor a uma tradição religiosa e filosófica católica que recuperava a filosofia dita realista como fundamento da compreensão do mundo. A partir dessa abordagem teórico-metodológica, encontramos uma dupla significação para Feéria, sendo primeiramente, de inspiração mais platônica, a realidade intermediária entre a dimensão sensível, captadas pelos sentidos do homem, e a dimensão inteligível, constituída pelas ideias que enformam as coisas materiais; em uma segunda interpretação, de matiz mais aristotélica, a metáfora das Terra das Fadas pode ser compreendida como a matriz de possibilidades combinatórias pela linguagem das formas oriundas da percepção da realidade pela mente humana, sendo Feéria constituída pela imaginação ou fantasia, essa capacidade do homem de formar imagens a partir da memória e que serve de base para a abstração das formas universais.

Referência(s)