Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Da barbárie ao laço social: assassinato e paternidade

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 2 Linguagem: Português

10.55905/revconv.17n.2-235

ISSN

1988-7833

Autores

Francisco Ramos de Farias, Vinicius Ramos Rigotti,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Esse trabalho se propõe a argumentar a possível relação entre o assassinato e a função paterna, no âmbito da obra freudiana e de autores que desenvolveram esta linha de pensamento. Para tano buscou-se, a partir do ato de inscrição na cultura, apresentar duas formas de violência: a violência fundante da cultura e a violência reativa, que trabalha no sentido contrário para dissolver os laços sociais. Abordamos, no contexto das relações sociais, a inerente disparidade das relações troca, sendo certo que entendemos que esse processo é heterogêneo. Passamos então a analisar as operações de inclusão ou aglutinação e exclusão ou diferenciação diante dessa disparidade nas relações (trocas) sociais para interpretar que a violência é o efeito devastador no social quando há qualquer pretensão de fazer o aparecimento da disparidade. Diante disso, passamos a abordar o motivo da violência ser desencadeada nesse processo ao invés de alternativas de solução de conflitos e estados de tensão, para os quais foram apresentadas explicações lastreadas na revisão bibliográfica e na pesquisa em desenvolvimento. Para tanto foi, principalmente, investigada o sentido e as estratégias que se dão para tratar a diferença e o diferente inseridos nesse contexto. Passamos a tratar a substituição dos rituais de vingança pela justiça institucional e formulamos que se a inscrição na cultura representa a interdição do parricídio e da consumação do incesto, logo, do gozo completo em referência ao pai da horda, podemos pensar que pode haver no homicídio elementos que venham a representar a busca pelo completude do gozo e a interdição de um pai não identificado. A título de exemplo, abordamos os rastros deixados por Pedro Rodrigues Filho, conhecido como Pedrinho Matador com o intuito de observar elementos que corroborassem as inserções teóricas até então apresentadas. Utilizando-nos de revisão bibliográfica e as abordagens dadas por outros pesquisadores no estudo de um caso concreto concluímos a possibilidade de haver, em certe medida, relação entre o crime classificado como assassinato e a paternidade, nos termos da teoria freudiana.

Referência(s)