Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Potencial para manchamento de dentina do diamino fluoreto de prata e sua associação ao iodeto de potássio

2024; Volume: 22; Issue: Supl.4 Linguagem: Português

10.61217/rcromg.v22.463

ISSN

2357-7835

Autores

Caroline de Oliveira Rodrigues, Priscila Seixas Mourão, Laura Jordana Santos Lima, Izabella Barbosa Fernandes, Maryam Amin, Maria Letícia Ramos‐Jorge,

Tópico(s)

Dental Erosion and Treatment

Resumo

Introdução/Justificativa: Nos últimos anos, grande ênfase tem sido dada ao conceito de Mínima Intervenção, que dita o uso de métodos não invasivos na gestão da cárie, o tanto quanto possível. Dentre as técnicas minimamente invasivas, destaca-se o uso de fluoretos em abordagens não restauradoras. O Diamino Fluoreto De Prata (DFP) é um agente cariostático eficaz, barato e de fácil aplicação, estando de acordo com o conceito de mínima intervenção. Apesar de sua excelente eficácia clínica, o DFP possui a desvantagem de levar a um manchamento enegrecido da dentina tratada. Iodeto de Potássio (IK) pode auxiliar na diminuição deste manchamento. Uma vez que os estudos que abordaram o controle do manchamento da dentina tratada pelo SDF associado ao IK têm demonstrado resultados controversos, existe a necessidade de estudos clínicos nesse sentido. Objetivo: Avaliar o potencial de coloração do DFP, bem como a influência da aplicação de IK no grau de manchamento da superfície dentária. Além disso, como objetivos secundários avaliar o potencial para a inativação das lesões de cárie e a satisfação dos pais em relação ao uso dos materiais. Metodologia: Foi realizado um ensaio clínico randomizado controlado, na clínica de pós-graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Diamantina, Minas Gerais. Foram incluídas crianças com idade entre 3 e 9 anos e selecionados decíduos vitais com lesões de cárie ativa em dentina, correspondente aos códigos 5 ou 6 do ICDAS, e sem sintomatologia dolorosa espontânea ou outro sinal de acometimento pulpar. A coleta de dados não clínicos incluiu um questionário sob forma de entrevista direcionado aos cuidadores. Um total de 56 dentes foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos: DFP 30% e DFP+IK. Um avaliador cego foi responsável por verificar se houve inativação das lesões de cárie após o acompanhamento. Não houve necessidade de cegamento na etapa de avaliação do manchamento, uma vez que o avaliador utilizou do programa de computador. Essa avaliação de manchamento seguiu uma escala de cores utilizando o programa Windows Paint. Os dentes foram reavaliados após 1 semana, 15 dias e 1 mês para inativação das lesões e alteração na coloração. Os cuidadores foram questionados quanto a satisfação dos pais com o tratamento através de entrevista. Resultados: A amostra deste estudo foi composta por 54 dentes de 26 crianças e houve uma perda no acompanhamento de 3 dentes no grupo DFP (5,5%). Fotografias dos dentes foram tiradas antes da aplicação do DFP e DFP + IK, após 1 semana, 15 dias e 1 mês de tratamento. Ao analisar o manchamento da dentina tratada em uma semana, 15 dias e um mês, podemos perceber que houve diferença significativa entre os tratamentos em todos os tempos de acompanhamento onde a prevalência de dentes com manchamento em preto foi maior no grupo tratado com DFP (p< 0,05). Em ambos os tratamentos houve inativação de lesões de cárie, porém a frequência foi maior no grupo tratado com DFP+IK (p=0,05). Sobre a satisfação dos cuidadores com o tratamento proposto, não houve diferença entre os dois tipos de tratamento após o acompanhamento de 1 mês (p= 0,214). Conclusão: O DFP leva ao manchamento enegrecido da superfície dentária. O uso do IK imediatamente após a aplicação do DFP pode ser eficaz para minimizar o manchamento enegrecido da superfície dentária. O DFP e a associação do IK ao DFP foram eficazes na inativação das lesões de cárie dos dentes tratados. Os cuidadores se mostraram satisfeitos com ambos tratamentos recebidos.

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