Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Avaliação da condição bucal de puérperas atendidas no Hospital Nossa Senhora da Saúde

2024; Volume: 22; Issue: Supl.4 Linguagem: Português

10.61217/rcromg.v22.493

ISSN

2357-7835

Autores

Thiago Fernandes Lima, Haroldo Neves de Paiva, Paula Cristina Pelli Paiva,

Tópico(s)

Breastfeeding Practices and Influences

Resumo

Introdução/Justificativa: O puerpério, ou pós-parto, é uma fase que merece atenção especial devido às mudanças que ocorrem no corpo e na vida das mulheres (ANDRADE, et al., 2015). É um período sensível que envolve adaptações tanto físicas quanto emocionais, demandando cuidados e informações adicionais. Nesse contexto, a saúde bucal surge como uma área muitas vezes negligenciada, mas de extrema relevância para a saúde global da mãe e do bebê. O cuidado com a higiene bucal e a busca por tratamento odontológico quando necessário são aspectos cruciais da saúde materno-infantil (SILK, et al., 2008). É fundamental que as puérperas recebam orientações sobre a importância da saúde bucal durante o puerpério. Esse acompanhamento não só beneficia a mãe, mas também desempenha um papel crucial na saúde bucal do bebê. Além disso, ao encaminhar as novas mães para consultas com profissionais odontológicos, promove-se o uso dos serviços de saúde bucal oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso não apenas aumenta o conhecimento delas sobre saúde bucal, mas também fortalece o acesso a esses serviços, beneficiando tanto as mães quanto os recém-nascidos (DA SILVA, 2022). Portanto, é crucial planejar uma atenção odontológica no SUS de modo que todas as gestantes recebam pelo menos uma consulta odontológica. Nesse período, as mães estão mais receptivas às informações sobre sua saúde e a do bebê, tornando mais eficaz a absorção e implementação desse conhecimento em benefício dos recém-nascidos (LAZZARIN, 2015). A sensibilização das puérperas para a importância da saúde bucal pode ter um impacto significativo na promoção de hábitos saudáveis para toda a família. Objetivos: O objetivo foi avaliar o perfil epidemiológico das puérperas atendidas no Hospital Nossa Senhora da Saúde (HNSS) em Diamantina, bem como o número de consultas pré-natal e sua condição bucal. Metodologia: O estudo foi desenvolvido no HNSS do Município de Diamantina, referência em saúde para o Vale do Jequitinhonha. A população de estudo incluiu puérperas internadas na maternidade do respectivo Hospital. Autorizações foram concedidas pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFVJM (CAAE: 67255623.8.0000.5108) e pela gestão da maternidade. Os horários de visita foram previamente agendados junto à administração do HNSS. Para a coleta dos dados foi utilizado questionário semi-estruturado para o levantamento do perfil epidemiológico das puérperas e continha perguntas a respeito do conhecimento em relação a saúde bucal, práticas de higiene, número de consultas pré-natal médico e odontológico. Após a aplicação do questionário foi realizado educação em saúde, reforçando a importância da higiene tanto para as puérperas como para os bebês. Para a coleta dos dados clínicos utilizou-se o Índice CPOD (dentes cariados, perdidos e obturados) da OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Índice de Loe e Silness, que verifica a presença de sangramento periodontal. As puérperas que apresentarem condições bucais que necessitem de tratamento foram encaminhadas para atendimento odontológico no Projeto de Extensão “Atendimento Odontológico às Puérperas” na clínica Integrada do Curso de Odontologia. Os dados foram analisados de forma descritiva utilizando o programa SPSS versão 20.0. Resultados: A amostra de conveniência foi composta por 104 puérperas, onde a faixa de idade mais frequente foi entre 20 a 30 anos, com escolaridade média com ensino médio completo (n=52, 50%) e que tinha renda familiar de 1 salário mínimo (n=59, 56,7%). A média de consultas realizadas durante a gestação com médico/enfermeiro foi 10,22 (0-23 consultas), constatando com a média de consulta pré-natal odontológico que foi de 2,39 (0 a 20 consultas). Quando questionado em relação às informações sobre orientação de higiene bucal o profissional que mais as orientaram foi o dentista (n=74, 71,2%), seguido do médico (n=4, 3,8%). Em relação à higiene bucal, a maioria informou que escovava dentes três vezes ao dia (n=66, 63,4%), e que usavam o fio dental frequentemente (n=65, 62,5%). A frequente de consulta ao dentista foi de até uma vez ao ano em 64 puérperas (61,5%). Ao exame bucal observou que embora 50% da amostra exibissem placa bacteriana visível, 66 pacientes não apresentavam gengivite. A média de dentes presentes foi de 27, 14 (IC 95% 26,83-27,45), sendo a média de dentes cariados 1,81%, perdidos 0,83%, restaurados 3,59, computando o CPOD de 6,37 (IC 95% 5,72-7,01). Em relação à percepção de sua condição bucal, a maioria reportou ser sua condução boa (n=55, 52,9%), que seus lábios, língua ou dentes não afetavam sua vida (n=53, 51%). Conclusão: O estudo visou compreender o perfil epidemiológicos das puérperas, bem como o acesso das mesmas ao serviço de saúde para consultas pré-natais e sua condição bucal, bem como também promover ações de prevenção e promoção da saúde bucal durante o puerpério.

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