
Avaliação do comportamento infantil em casa como preditor do comportamento durante consulta odontológica
2024; Volume: 22; Issue: Supl.4 Linguagem: Português
10.61217/rcromg.v22.574
ISSN2357-7835
AutoresCallebe Carneiro de Melo, Fernanda Freitas Esteves Motta, Priscila Seixas Mourão, Maria Letícia Ramos‐Jorge,
Tópico(s)Dental Education, Practice, Research
ResumoIntrodução: Diversos fatores podem afetar o comportamento da criança, sendo considerado um processo multifatorial e complexo. Dentre esses fatores, o ambiente doméstico mostra-se fundamental para a construção da personalidade da criança. O comportamento da criança durante o atendimento odontológico influencia diretamente o sucesso do tratamento. O odontopediatra precisa ter em mãos ferramentas para lidar com o comportamento infantil. Uma dessas ferramentas é predizer tal comportamento e melhor escolher as técnicas que poderão ser empregadas durante a consulta. Até o momento, nenhum estudo foi desenvolvido empregando o comportamento infantil no lar como preditor do comportamento infantil no ambiente odontológico. Objetivo: Desse modo, o objetivo do presente estudo foi verificar a possível associação entre o comportamento da criança nos dois ambientes: em casa e no consultório odontológico, durante o atendimento clínico. Metodologia: Foi desenvolvido um estudo transversal comparativo seguindo o STROBE (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology) e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), sob o número de protocolo 2.292.420. As crianças foram previamente selecionadas de uma lista de matriculados fornecida pela secretaria de educação da cidade de Diamantina. Após selecionadas, as crianças foram recrutadas nas escolas e incluídas no estudo após a assinatura pelos pais e pelas crianças dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido e o Termo de Assentimento, respectivamente. Os pais responderam um questionário sociodemográfico e a Escala A2 de Rutter para avaliação do comportamento infantil no ambiente doméstico. Realizou-se um estudo piloto com uma amostra de 20 crianças. A amostra final foi composta por 120 crianças de 4 a 12 anos de idade. Foram excluídas crianças cujos pais relataram algum diagnóstico de desordens sistêmicas ou neurológicas que poderiam levar a alterações comportamentais tais como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). As crianças selecionadas foram avaliadas e tratadas na clínica de Odontopediatria da UFVJM onde coletou-se o dado de comportamento no ambiente odontológico observado pelo profissional cirurgião-dentista por meio da Escala de Frankl. Realizou-se a análise de frequência e o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov para análise da distribuição dos dados por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) na versão 23.0. Em seguida, aplicou-se o teste qui-quadrado (p<0,05). Resultado: A média de idade das crianças foi de 6,2 anos e 92 (53,5%) eram do sexo feminino. A média de idade das mães foi de 33,7 anos, 72% possuíam um companheiro, 58% tinham escolaridade entre 10 a 12 anos, 61% estavam empregadas e a renda familiar menor que 2 salários mínimos apareceu em 54% das famílias. O relato de 146 pais (85%) foi de que seus filhos não apresentavam problemas comportamentais e 155 (90%) das crianças apresentaram comportamento colaborador durante consulta odontológica, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre o comportamento infantil no ambiente doméstico e no ambiente odontológico (p= 0,759). Conclusão: Pode-se concluir que o comportamento infantil em casa é preditor do comportamento da criança durante o atendimento odontológico.
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