Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Hábitos bucais deletérios estão associados a resiliência materna entre em pré-escolares?

2024; Volume: 22; Issue: Supl.4 Linguagem: Português

10.61217/rcromg.v22.461

ISSN

2357-7835

Autores

Luana Víviam Moreira, Laura Jordana Santos Lima, Bruna Mota de Alencar, Maria Eliza da Consolação Soares, Izabella Barbosa Fernandes, Rodrigo Galo, María Leticia Ramos Jorge, Joana Ramos Jorge,

Tópico(s)

Palliative and Oncologic Care

Resumo

Introdução: Hábitos orais são comportamentos repetitivos e tornam-se deletérios quando têm ação desnecessária e não funcional. De acordo com sua duração, frequência e intensidade podem causar alterações nos tecidos musculares, ósseos e dentários. Por isso são considerados fatores etiológicos ambientais ao desenvolvimento de más-oclusões em crianças. Fatores emocionais, necessidade de sucção prolongada e influência familiar podem estar associados à inserção e a continuidade desses hábitos. A influência psicológica da mãe, que é essencial para a formação de uma criança e que consciente ou inconscientemente pode influenciar na instalação, desenvolvimento e remoção dos hábitos do seu filho. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre resiliência materna e a presença de hábitos deletérios em pré-escolares. Metodologia: Este é um estudo transversal de base populacional, realizado com quatrocentos e vinte e oito crianças com idades entre 3 e 5 anos matriculadas em creches e pré-escolas públicas e particulares da cidade de Diamantina, Minas Gerais, Brasil. A resiliência materna foi avaliada por meio da Escala de Resiliência que foi traduzida e adaptada para o idioma português do Brasil e foi validada para mensurar resiliência em indivíduos brasileiros. Foram enviados questionários pré-estruturados para os pais das crianças que abordavam sobre a presença de hábitos e variáveis sociodemográficas da família, como questões relacionadas ao estado civil, idade, escolaridade e fatores relacionados ao grupo familiar. Os hábitos bucais deletérios avaliados foram os de onicofagia, sucção digital, sucção de chupeta e uso de mamadeira. Os dados foram analisados através do Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 22.0. Foram realizadas análises de frequência, qui-quadrado, análises de regressão de Poisson e regressão logística. Resultados: Um total de 428 (97%) crianças participou até o fim do estudo. Do total de participantes, 51,6% (n= 221) eram do sexo feminino. Crianças de quatro anos de idade representavam 36,4% (n= 156) da amostra e 32% (n= 137) tinham três anos. O hábito mais frequente era o de chupar chupeta (31,3%), seguido do hábito de onicofagia (28,7%). O hábito de tomar mamadeira estava presente em 19,2% (n=82) das crianças e o de sucção digital em 11,2% (n=48). A resiliência materna estava distribuída nas seguintes proporções: 28,8% (n=123) alta resiliência; 39,5% (n=169) moderada e 31,7% (n=136) baixa resiliência. As tabelas de 1 a 4 mostram a distribuição das variáveis independentes para os hábitos de onicofagia, sucção digital, uso de chupeta e mamadeira, respectivamente. Para o hábito de onicofagia, o sexo feminino (RP: 1,66; IC 95%: 1,22-2,25; p=0,001), idade de 5 anos (RP: 1,83; IC 95%: 1,24-2,71; p=0,002) e baixa resiliência materna (RP: 1,66; IC 95%: 1,15-2,40; p=0,006) foram associados no modelo final de regressão. A única variável associada ao hábito de sucção digital foi a criança nunca ter ido ao dentista (RP: 1,92; IC 95%: 1,02-3,59; p=0,04). O hábito de chupar chupeta foi associado à baixa resiliência (RP: 1,68; IC 95%: 1,14-2,47; p=0,009) e à mãe trabalhar fora de casa (RP: 1,54; IC 95%: 1,07-2,23; p=0,02). O hábito de tomar mamadeira foi associado à idade (4 anos: (RP: 0,58; IC 95%: 0,37-0,90; p=0,017; 5 anos: RP: 0,44; IC 95%: 0,26-0,74; p=0,002). Conclusão: A baixa resiliência materna foi associada à maior prevalência de hábitos de onicofagia e sucção de chupeta em pré-escolares. No entanto, não houve associação com sucção digital e uso de mamadeira.

Referência(s)
Altmetric
PlumX