
Richard Owen, o arquétipo de um vilão - evolucionismo nas obras de Richard Owen
2023; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO; Volume: 28; Linguagem: Português
10.23925/2178-2911.2023v28p60-28
ISSN2178-2911
Autores Tópico(s)History of Medicine and Tropical Health
ResumoResumo Richard Owen (1804-1892) é considerado por alguns cronistas como o segundo mais importante naturalista da Era Vitoriana, perdendo apenas para Charles Darwin (1809-1882), porém sua figura por muito tempo permaneceu na obscuridade, assim como seus julgamentos acerca da questão evolutiva. Foi atribuído a Owen o papel de vilão da história natural, taxado como um criacionista, contudo nas últimas décadas historiadores da ciência tem tentado desmitificar a sua figura, lançando luz as suas opiniões quanto a evolução. Com o exame das principais obras de Owen, que atuou sobretudo na disciplina da anatomia comparada, pode-se verificar que suas teorias mudaram ao longo das décadas, sendo que no início da carreira Owen emergiu ligado sobretudo a ideologia funcionalista, passando depois a adotar um aspecto transcendentalista elaborando o conceito de um arquétipo vertebrado inspirado nos preceitos de Geoffroy Saint-Hilaire e dos naturalistas alemães. Contudo, após a publicação de A Origem das Espécies em 1859, Owen que antes cultivava uma posição ambígua quanto a evolução, foi obrigado a expor suas verdadeiras opiniões quanto ao tema. Essa ganha forma em sua hipótese derivativa que preconizava uma sucessão ordenada das formas vivas a luz do arquétipo, todavia tal preceito foi enxergado como antiquado e até confundido com “criacionismo estrito senso” atribuindo a carapuça de fixista a Owen. Palavras-chave: Owen, Darwin, seleção natural, arquétipo, evolução, paleontologia, anatomia comparada Abstract Richard Owen (1804-1892) is considered by some chroniclers as the second most important naturalist of the Victorian Era, second only to Charles Darwin (1809-1882), but his figure for a long time remained in obscurity, as well as his judgments on the evolutionary issue. Owen was assigned the role of villain in natural history, labeled as an antiquated creationist with a retrograde personality, but in recent decades science historians have tried to demystify his figure, shedding light on his views on evolution. By examining the main works of Owen, who worked mainly in the discipline of comparative anatomy, his theories have changed over the decades, and at the beginning of his career Owen emerged mainly linked to the functionalist ideology, later adopting a transcendentalist aspect defending the concept of a vertebrate archetype inspired by the precepts of Geoffroy Saint-Hilaire and the German naturalists. However, after the publication of The Origin of Species in 1859, Owen, who previously cultivated an ambiguous position regarding the evolutionary phenomenon, is obliged to expose his true opinions on the subject. This takes shape in his derivative hypothesis that advocated an orderly succession of living forms in the light of the archetype, however this precept was seen as outdated and even confused with “strict sense creationism” attributing the fixist shell to Owen. Keywords: Owen, Darwin, natural selection, archetype, evolution, paleontology, comparative anatomy
Referência(s)