Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Racismo e insegurança alimentar: mazelas de uma comunidade quilombola da Amazônia legal brasileira

2024; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 29; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/1413-81232024293.16672023

ISSN

1678-4561

Autores

João Henrique Rabelo Câmara, István van Deursen Varga, Maria Tereza Borges Araújo Frota, Hilton Pereira da Silva,

Tópico(s)

Child Nutrition and Water Access

Resumo

Resumo Este estudo analisou a insegurança alimentar na comunidade quilombola Imbiral Cabeça-Branca, no Maranhão, durante a pandemia da COVID-19. Estudo transversal realizado no último trimestre de 2021, com 25 chefes de família da comunidade. A maioria dos participantes eram mulheres (52,0%), com baixa escolaridade, desempregados (68,0%), e 76,0% recebiam o Auxílio Emergencial federal. A densidade domiciliar média era de quatro pessoas, e as casas eram predominantemente de taipa, sem saneamento básico. A água consumida provinha de poços artesanais, e a maioria das casas tinha acesso à eletricidade. A insegurança alimentar foi identificada em todas as famílias, sendo 12,0% classificadas como Leve, 24,0% Moderada e 64,0% Grave. A forma Grave foi mais comum em lares chefiados por homens solteiros (75%), idosos, pessoas com baixa escolaridade (78,7%) e desempregados (64,7%). A insegurança alimentar na comunidade quilombola, assim como em outras comunidades similares no país, é resultado das condições precárias de vida, desemprego, privação de alimentos e falta de titulação de terras. Esses fatores também contribuem para a perpetuação do racismo institucional e ambiental enfrentado por essas comunidades.

Referência(s)