
Fatores associados ao homicídio de mulheres no Brasil, segundo raça/cor, 2016-2020
2024; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 29; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/1413-81232024293.10202023
ISSN1678-4561
AutoresMona Gizelle Dreger de Oliveira, Felipe Souza Nery, Sheila Regina dos Santos Pereira, Lara Aguiar Cavalcante, Beatriz Mota Gomes, Ana Claúdia Oliveira Teles, Olinda do Carmo Luiz, Edna Maria de Araújo,
Tópico(s)Crime Patterns and Interventions
ResumoResumo O objetivo deste estudo é avaliar as taxas de homicídios contra mulheres residentes no Brasil, segundo unidades da federação e raça/cor, no período de 2016 a 2020. Trata-se de um estudo ecológico de tendência temporal. Foi realizada análise múltipla adotando-se modelo de regressão para dados longitudinais. No período, ocorreram no Brasil 20.405 homicídios de mulheres e as taxas padronizadas mostraram que as mulheres negras (6,1/100.000) apresentaram as maiores taxas, em comparação às brancas (3,4/100.000). O Brasil apresentou queda de 25,2% de 2016 a 2020. A taxa de homicídio variou de 4,7 mortes por 100 mil mulheres em 2016 para 3,5 em 2020, mas a tendência decrescente e estatisticamente significante foi observada nas taxas de mulheres negras e brancas. As variáveis IDH, taxa de analfabetismo e proporção de causas mal definidas apresentaram uma relação inversa e estatisticamente significante com as taxas de homicídio de mulheres. Nos anos de 2019 e 2020 houve uma diminuição da taxa média de homicídio em relação ao ano de 2016. Apesar do decrescimento na evolução temporal das taxas para negras e brancas, houve diferenças raciais importantes nos homicídios de mulheres, com piores resultados para as mulheres negras.
Referência(s)