António Sérgio e as causas da decadência: o parasitismo ibérico visto dos dois lados do Atlântico circa 1910
2024; National History Association; Volume: 44; Issue: 95 Linguagem: Português
10.1590/1806-93472024v44n95-07
ISSN1806-9347
Autores Tópico(s)Historical Education and Society
ResumoRESUMO O intelectual português António Sérgio (1883-1969) destacou-se pela sua interpretação cosmopolita da história de Portugal, se contrapondo às tentativas de instrumentalização nacionalista da história, em particular daquelas que viam na Expansão uma ação coletiva virtuosa. O presente artigo analisa o início desse seu trabalho interpretativo revisitando a polêmica com Jaime Cortesão (circa 1910), para mostrar como o próprio percurso cosmopolita de Sérgio favoreceu a incorporação de inspirações críticas de autores de outras nacionalidades, sobretudo intelectuais brasileiros seus contemporâneos, os quais se opunham ao determinismo rácico, misturando, como ele, as preocupações pedagógicas com as da compreensão histórica, assim como acreditando que os males nacionais, em boa parte comuns por comum ser a história, se resolveriam pela educação. Essas preocupações inscreviam-se num pensamento de matriz organicista, tingida de ideais liberais e socialistas, cuja dimensão sociológica relevamos.
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