
Ethos e persuasão
2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 11; Issue: 2 Linguagem: Português
10.25187/codex.v11i2.56441
ISSN2176-1779
AutoresNatália Miranda Fernandes da Silva, Waldir Beıvıdas,
Tópico(s)Media and Communication Studies
ResumoO presente artigo se propõe a identificar elementos da Retórica de Aristóteles no embate entre Édipo e Creonte, da tragédia Édipo Rei de Sófocles, destacando a maneira com que os personagens mobilizam competências retóricas, em especial o ethos, para conquistar a adesão do povo tebano aos seus respectivos pontos de vista. Demonstrar-se-á a associação entre o poder da palavra e a manutenção da justiça e da boa governança: diante das acusações de Édipo, que se vê desesperado em busca de uma resposta que explique os males que acometem a cidade, cabe a Creonte construir um discurso de defesa que convença o coro acerca de sua inocência. Para tanto, ele se autoapresenta como alguém equânime e prudente, virtudes altamente valorizadas em um contexto marcado pelo desequilíbrio. Édipo, em contrapartida, vê sua reputação enquanto decifrador de enigmas perder força: se antes destacava-se como uma autoridade de saber, apresenta-se agora como uma autoridade de poder, apelando ao exagero e ao absurdo para mascarar a própria ignorância.
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