Artigo Acesso aberto

Centrais sindicais como educadores coletivos: diálogo com a juventude trabalhadora

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 16; Issue: 3 Linguagem: Português

10.55905/cuadv16n3-034

ISSN

1989-4155

Autores

Greyce Kelly Fernandes de Almeida, Waldeck Carneiro,

Tópico(s)

Education Pedagogy and Practices

Resumo

O artigo se baseia em pesquisa recente sobre as práticas sindicais de caráter educativo destinadas à juventude trabalhadora nas três maiores centrais sindicais do Brasil, entendidas como educadores coletivos: Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Analisa as concepções que estruturam as práticas sindicais de caráter educativo dirigidas à juventude trabalhadora e examina as estratégias adotadas pelas centrais sindicais para a abordagem da juventude, bem como a percepção dos jovens sobre as ações desenvolvidas pelas centrais sindicais. Adotou-se a abordagem qualitativa e, como principal técnica de produção e interpretação de dados, a análise de conteúdo, com base em Laurence Bardin. Foram construídas seis categorias analíticas: “educadores coletivos”, “diálogos com as juventudes”, “organização das juventudes”, “juventudes e trabalho”, “juventudes e educação” e “juventudes e raça”. O material examinado na análise documental é composto por fontes primárias, em especial por deliberações congressuais (2010-2020). Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com lideranças sindicais e jovens não sindicalizados, além de transcrições de eventos sindicais. O material empírico foi analisado com a mediação teórica de Antonio Gramsci, Paulo Freire, Florestan Fernandes, Paulo Carrano, Helena Abramo e Miriam Abramovay. Como resultado principal, constatou-se uma prática sindical intensa, no que diz respeito à implementação de ações educativas, mas marcadas por grande dificuldade no diálogo e na aproximação com os jovens. Com efeito, as práticas sindicais desenvolvidas não se comunicam diretamente com os jovens trabalhadores nem com aqueles que ainda não estão inseridos no movimento sindical. Embora as centrais sindicais sejam muito importantes na luta por melhores condições de trabalho e de vida, há um hiato significativo entre o sindicalismo e a juventude.

Referência(s)