Artigo Revisado por pares

Decolonialidade: Pontos e contrapontos na educação linguística crítica ed. by Grassinete C. de Albuquerque Oliveira (review)

2024; American Association of Teachers of Spanish and Portuguese; Volume: 107; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1353/hpn.2024.a921481

ISSN

2153-6414

Autores

Fernanda Ferreira,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

Reviewed by: Decolonialidade: Pontos e contrapontos na educação linguística crítica ed. by Grassinete C. de Albuquerque Oliveira Fernanda Ferreira Oliveira, Grassinete C. de Albuquerque, editora. Decolonialidade: Pontos e contrapontos na educação linguística crítica. Pontes Editores, 2022. Pp. 309. ISBN 978-65-5637-620-2. A primeira impressão que nos vem ao ler o título do livro organizado pela pesquisadora Grassinete Oliveira é a contemporaneidade e importância do tema. A segunda é a grande necessidade da definição dos termos. Existe uma possível colocação sinônima entre "educação linguística crítica" e "linguística aplicada crítica" (11), ambas expressões incluídas no prefácio. Para além destes, aparece também os termos "educação crítica decolonial" e "educação linguística crítica decolonial" (34). Portanto, resta aos leitores a procura da exatidão nas páginas seguintes, apesar da inegável complexidade, ambiguidade e problematização dos discursos atuais. Como delineado no prefácio do livro, a coletânea surge da produção intelectual dos participantes de um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Acre. Há também contribuições de professores e pesquisadores de outras universidades do Brasil e afora, escritas em português e (uma) em espanhol. A proposta do grupo é a leitura crítica do "pensar/agir decolonial" nas suas possíveis e variações no âmbito educacional. Em concordância com Freire (1996), não deve existir uma dicotomia entre a teoria e a prática pedagógica. E, também como nos diz Leigh Patel (2021), "não há estudo sem luta", ou seja, a atuação política (de libertação) está ligada ao estudo teórico e à prática pedagógica. Este volume procura contextualizar estas ideias. Além do breve prefácio escrito por Kleber Silva, há também um capítulo denominado "apresentação". Portanto, os leitores têm duas entradas ao conteúdo, escritas por contribuintes não associados ao grupo de pesquisa. A apresentação escrita por Rosemeyre Oliveira nos oferece um resumo mais detalhado dos doze capítulos seguintes. Dividido em três partes, a parte I (Educação Linguística e Decolonialidade) tem cinco capítulos; a parte II (Discurso e Democracia) tem três capítulos; e a parte III (Letramentos e Pedagogia Decolonial) oferece quatro capítulos. Fica claro que a primeira parte se dedica à questão dos conceitos linguísticos latu sensu, ou seja, não à linguística tradicional chomskyana, mas sim a um entendimento mais abrangente do termo. A segunda parte foca no discurso democrático e decolonial na sala de aula. A terceira parte se dedica ao conceito de letramento e pedagogia decolonial, fazendo um levantamento crítico do livro didático, da cartografia digital e de uma obra literária. Como esperado, o capítulo inicial, escrito pela organizadora Grassinete Oliveira e Angela Lessa, destaca a importância da definição dos termos relativos à prática pedagógica decolonial (41). É importante salientar que a base teórica da coletânea é o pensamento freiriano e a abordagem bakhtiniana, especialmente com relação à linguagem humana. Neste sentido, a linguagem [End Page 186] não é estrutural como pensava Saussure, mas sim, ideológica e dinâmica, como propõe Volóchinov. Além disso, intui-se que o processo educativo deve envolver o engajamento e a responsabilidade político-social. O capítulo seguinte, escrito por Rubens de Sá e Sueli Fidalgo, focaliza nos problemas gerados pela ideologia colonial eurocêntrica, notadamente no que diz respeito às pessoas com defi-ciência. Neste sentido, a educação inclusiva está (ou deve ser) fundamentada na justiça social. No próximo capítulo escrito em espanhol por Jafte Robles Lomelí, nos é apresentada uma abordagem crítica da educação bancária, aquela que pressupõe o docente como detentor do conhecimento, e os alunos como apenas imperfeitos receptores da sabedoria. No quatro capítulo escrito por Souza Diniz e Brito Arruda, encontramos a experiência dos professores de língua espanhola na área geográfica Brasil-Peru-Bolívia, e da necessária colocação dos povos indígenas...

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