Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Gritos de (in)dependência na formação de professores que ensinam matemática

2023; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS; Volume: 17; Linguagem: Português

10.14244/198271996241

ISSN

1982-7199

Autores

Diego Matos, Victor Giraldo, Wellerson Quintaneiro,

Tópico(s)

Education Pedagogy and Practices

Resumo

Numa afirmação da especificidade de conteúdo da profissão docente, Shulman subverte o aforismo “Quem sabe faz, quem não sabe ensina” na proposição de “Quem sabe faz, quem compreende ensina”. Em um cenário idealizado que cruza esta manifestação com o grito de “Independência ou Morte?” atribuído a D. Pedro I, situamos a discussão travada por Shulman numa disputa política, não necessariamente geográfica, mas no território do conhecimento, tendo em voga atores como: “quem faz”, “quem sabe” e “quem ensina”. Buscando, neste artigo, um deslocamento dessa discussão, propomos uma reflexão decolonial considerando quem foi situado no lugar de negação – de não saber – nesse debate. Nosso objetivo, neste texto, é deslocar debates sobre formação de professores que ensinam matemática a um terreno político, por meio: (a) de reflexões sobre colonialidade que interpelem a literatura de formação de professores; e (b) da identificação de discursos de resistência em experiências de estudantes com matemática(s), mobilizadas, no decorrer de seus percursos formativos, em contextos institucionais de educação (escola básica e universidade). Sobre o primeiro ponto, entendemos que – e assim buscamos desenvolver no texto – um diálogo teórico-político com pensadores de grupos subalternizados, que foram situados à margem das fronteiras acadêmicas, tem enorme potencial para a construção de caminhos outros, quando do tensionamento na literatura de formação de professores. Já na análise do discurso dos estudantes, trazemos uma oportunidade de desaprendizagem, considerando uma ressonância dos gritos contracoloniais sobre apagamentos de gênero, de corpos e de seres em diferentes práticas matemáticas na academia e na escola.

Referência(s)