
Representações de Identidade Nacional: aproximações entre o design gráfico brasileiro e a antropofagia
2024; Linguagem: Português
10.5151/6spdesign-032
ISSN2318-6968
AutoresLeonardo Coelho SIQUEIRA, Marcos da Costa BRAGA,
Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoA antropofagia se apresenta no final da década de 1920 como manifesto proclamado por Oswald de Andrade. Junto a intelectuais, pertencentes à elite paulistana, Oswald busca retomar uma cultura apagada dos povos originários absorvendo configurações de uma cultura dominante. No campo da literatura a antropofagia representa um modo de pensar, de se expressar e uma ferramenta disruptiva para retomada de cultura. Nesta perspectiva, esta pesquisa busca compreender em que medida a antropofagia foi de algum modo representada pelo design gráfico brasileiro, assim como ideais que se filiava – já percebidas desde o final do século XIX. Para investigar a presença, mesmo que não sistematizada, da antropofagia em representações visuais busca-se observar seus atributos conceituais, contextuais e linguísticos que possam estar representados em capas de revistas de ideias e cultura que circularam no estado de São Paulo. A análise gráfica desse corpus se sustenta na investigação dos elementos estéticos-formais de André Villas-Boas, da análise semântica da tipografia proposta por Priscila Farias e do modelo analítico da compreensibilidade da imagem de Evelyn Goldsmith. São percebidos aspectos históricos, sociais, culturais e linguísticos que interseccionam o campo do design gráfico brasileiro (seguindo Rafael Cardoso, 2005) e a antropofagia. A figura 1 elucida este pensamento, em que se pode perceber semelhanças entre as representações da antropofagia nas artes visuais e do design gráfico da época. O período é marcado por projetos de identidade nacional na busca da promoção da ideia de 'ser brasileiro'. Neste contexto, Renato Ortiz e Stella Bresciani estabelecem uma discussão para compreender este fenômeno e definir o que seria, portanto, a ideia de brasilidade e como ela se configura/origina. Concluindo, chega-se ao conceito de mediadores intelectuais simbólicos – pertencentes a uma elite intelectual ou ao Estado. Estes mediadores são apontados por Mônica Velloso e hoje entendidos como importantes nomes da História do Design Gráfico brasileiro.
Referência(s)