Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Parâmetros de qualidade da água subterrânea em rochas cristalinas no sul do Estado do Espírito Santo, Sudeste do Brasil

2024; Volume: 45; Linguagem: Português

10.14295/derb.v45.812

ISSN

2764-1465

Autores

Mirna Aparecida Neves, Matheus Serri Moulin de Oliveira, Flávia de Paula Breder, Maria Tereza Weitzel Dias Carneiro,

Tópico(s)

Geography and Environmental Studies

Resumo

Em terrenos de rochas cristalinas onde predominam gnaisses e granitoides, a água subterrânea é considerada geralmente de boa qualidade devido à baixa solubilidade dos minerais silicáticos que compõem essas rochas. Porém, em longo prazo, o intemperismo destes minerais silicáticos pode interferir na qualidade da água subterrânea. Quando se trata de aquíferos fraturados, essas alterações são menos previsíveis em função do caráter heterogêneo e anisotrópico intrínseco a tais aquíferos. A região sul do Estado do Espírito Santo tem seu arcabouço geológico constituído basicamente por terrenos cristalinos, onde os parâmetros de qualidade da água voltados à adequação para os diversos usos ainda não foram estudados. O objetivo desse trabalho foi voltado ao preenchimento dessa lacuna, por meio da análise de 62 amostras de água subterrânea coletadas em 38 poços tubulares profundos que explotam o Sistema Aquífero Cristalino na área de abrangência da Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim, no sul do Estado do Espírito Santo. Foram analisados: potencial hidrogeniônico, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, turbidez e as concentrações de Ca, Mg, Na, Fe, Mn, Pb, Zn, Cd e Co. Os teores de Cd, Co, Pb e Zn ficaram dentro da faixa permitida para os diversos tipos de uso previstos na normativa ambiental. Por outro lado, o Fe, Mn e Na, além da turbidez e sólidos totais dissolvidos estão acima do valor máximo permitido para muitos tipos de uso da água. O aumento dos sólidos dissolvidos e do Na, assim como outros constituintes essenciais das águas subterrâneas, obedece aos controles geomorfológico, litológico e climático, com enriquecimento na porção central da bacia hidrográfica. De forma diferente, o Fe, o Mn e a turbidez apresentam valores anômalos distribuídos de forma aleatória pela bacia, provavelmente devido ao enriquecimento pedogenético em perfis lateríticos e controle estrutural local. É possível que a falta de manutenção adequada dos poços também contribua com tais alterações.

Referência(s)
Altmetric
PlumX