Artigo Acesso aberto Produção Nacional

ANÁLISE DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO NO BRASIL ENTRE 2019 E 2023

2024; Volume: 6; Issue: 4 Linguagem: Português

10.36557/2674-8169.2024v6n4p1079-1093

ISSN

2674-8169

Autores

Pollyana Souza Marques Dias Freitas, Clara Batista Saturnino de Vasconcelos, Lyris Shanaze de Oliveira Melo, Karen Larissa Ferreira da Silva, João Victor de Brito Amorim, Adriana Karim de Araújo Nogueira, Bárbara Lima, Márcio Felipe Bessa Maia, Yasmin de Souza Brasil dos Reis, Douglas José Angel, Maria Gabryella Pereira da Silva, Talya Aguiar de Lima,

Tópico(s)

Geography and Environmental Studies

Resumo

INTRODUÇÃO: A hemorragia pós-parto (HPP) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna em todo o mundo. Apesar dos esforços para reduzir esses índices, a HPP continua sendo uma preocupação significativa, destacando a necessidade de estratégias eficazes para prevenção e manejo dessa complicação obstétrica. Este estudo objetiva analisar o perfil epidemiológico das internações por HPP no Brasil entre os anos de 2019 e 2023. OBJETIVO: Determinar o perfil epidemiológico das internações por hemorragia pós-parto no Brasil de 2019 a 2023. MÉTODOS: Esse estudo é uma pesquisa epidemiológica retrospectiva e descritiva com abordagem quantitativa, utilizando dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas 13.411 internações por HPP, coletadas entre 2019 e 2023. Os dados foram organizados em quadros e gráficos e interpretados em conjunto com revisão da literatura acadêmica, utilizando as variáveis: região, faixa etária, incidência por ano, raça e caráter de atendimento. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos 13.411 internações por HPP analisados a que a região Sudeste apresentou a maioria das internações, com 40,09% (5.377), seguido pelo Nordeste, com 29,4% (3.943) e região Sul, com 18,36% (2.463). Em contrapartida, a região Norte apresentou o menor número de internações, com 6,7% (898). Com relação aos estados brasileiros, São Paulo apresentou a maioria das internações, com 19,5% (2.620), seguido por Minas Gerais, com 13,75% (1.845) e Paraná, com 7,5% (1.006). Ademais, o estado do Acre apresentou o menor número de internações, com apenas 19 internações. Dentre os estados do Nordeste, o maior número de internações foi no Rio Grande do Norte 7% (949). A faixa etária analisada foi 15 anos e 49 anos, a maioria dos casos de hemorragia pós-parto ocorrendo na faixa etária entre 20 e 24 anos, representando 23,8% das internações por HPP. Por outro lado, a faixa etária com menor número de casos foi entre 45 e 49 anos, representando menos de 1% das internações. A ocorrência de hemorragia pós-parto nessa faixa etária é menor devido à diminuição da frequência de partos. Em relação à raça, observa-se uma predominância de internações em mulheres pardas, representando 43,9% dos casos, seguidas por brancas, com 29,5%. Por outro lado, mulheres negras, amarelas e indígenas representaram conjuntamente apenas 6,7% do total de internações. Por fim, o caráter de atendimento dos casos de hemorragia pós-parto (Quadro 2), demonstrando que 97,7% (13104) foram em caráter de urgência. CONCLUSÃO: Constatou-se uma concentração de internações por HPP nas regiões Sudeste e Nordeste, especialmente entre mulheres jovens de 20 a 29 anos. Houve uma tendência decrescente nas taxas de internações ao longo do período estudado. Predominaram internações em mulheres pardas, seguidas por mulheres brancas, com uma proporção menor de mulheres negras, amarelas e indígenas. A maioria das internações ocorreu em caráter de urgência. Esses achados oferecem insights para melhorias na saúde materna e obstétrica.

Referência(s)