Artigo Acesso aberto

Implicações do exercício físico na condução terapêutica dos transtornos depressivos

2024; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 2 Linguagem: Português

10.34119/bjhrv7n2-324

ISSN

2595-6825

Autores

Rafael Barbosa de Almeida, Maria Alice Montalvão Ferraz, Kelly Meyre Soares de Oliveira Okata, Felipe Marques Costa, Caroline Darsa Boianovsky, Ingrid Bauer, Rubia Brasil Silva Menezes, Isadora Bontorin, Allan Eurípedes Rezende Nápoli,

Tópico(s)

Healthcare Regulation

Resumo

Estima-se que a depressão atinja aproximadamente 280 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo apontada como a maior causa de carga de doenças relacionadas à saúde mental em pessoas de todas as faixas etárias. Indivíduos com depressão têm maiores taxas de doenças crônicas, como Diabetes Mellitus, obesidade e elevação do risco cardiovascular. Os remédios antidepressivos propostos na terapêutica são relacionados com dificuldade de adesão, devido ao elevado custo e aos desagradáveis efeitos colaterais associados. Assim, a prática de atividade física tem despontado como alternativa positiva no tratamento da doença, não só por seus benefícios orgânicos, como também por sua capacidade de mitigar os sintomas relacionados à depressão em si. Realizou-se uma revisão narrativa da literatura, com busca na base de dados PubMed, por meio da associação dos descritores, previamente encontrados no MeSH, “depression”, “treatment” e “physical exercise”. Optou-se pela análise de 20 artigos, sendo selecionados os estudos controlados randomizados, as revisões sistemáticas e as metanálises, publicados entre 2019 e 2024, no idioma inglês. Atividade física possui uma efetividade no tratamento da depressão aproximada à terapia medicamentosa, sendo os exercícios aeróbios, praticados com intensidade moderada a vigorosa - entre 64 a 96% da frequência cardíaca predita [220 - idade em anos], os que apresentam maiores evidências de resultados significativos. Outras modalidades também são citadas como benéficas, tanto para a saúde mental quanto para a orgânica, como o Tai-Chi-Chuan, os exercícios aquáticos e os realizados com auxílio de dispositivos de realidade virtual, sendo muito úteis em casos de impossibilidade de práticas de maior impacto, como nas doenças osteoarticulares. Adicionalmente, a atividade física promove benefícios orgânicos, com redução do risco cardiovascular, melhora da capacidade respiratória e redução de comorbidades, frequentemente elevada em indivíduos com depressão. Uma vantagem complementar, não encontrada na terapia medicamentosa exclusiva. Apesar dos desenhos metodológicos serem algo heterogêneos, parece não haver discordância na literatura quanto aos benefícios da atividade física na depressão. Exercícios físicos têm capacidade de dirimir os sintomas depressivos com taxas aproximadas aos antidepressivos medicamentosos, trazendo benefícios adicionais à saúde orgânica, com diminuição do risco cardiovascular. Atividades aeróbicas, de moderada a vigorosa intensidade, são as mais associadas com melhora dos sintomas depressivos. Na impossibilidade de execução dessas, outras modalidades desportivas podem ser oferecidas. Um desenho metodológico aprimorado trará maior elucidação à temática.

Referência(s)