
Capitães da Areia de Jorge Amado e o “discurso herético” de Pierre Bourdieu
2024; National Association of Postgraduate Research in Education; Volume: 29; Linguagem: Português
10.1590/s1413-24782024290028
ISSN1809-449X
Autores Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoRESUMO Mobilizar lentes interpretativas para mostrar quanto a relação com a literatura pode ser frutífera é o objetivo deste artigo. A intenção é entrelaçar as sensibilidades (literária e científica) de dois intelectuais: Jorge Amado e Pierre Bourdieu. A obra Capitães da Areia (1937) foi a referência principal para levar a efeito este exercício analítico, num momento em que se observa o recrudescimento de questões sociais, culturais, morais, doutrinárias, que marcaram o século passado. Além de desmistificar o “discurso performativo”, posto em prática pelas autoridades do Estado com o apoio dos meios de comunicação, Jorge Amado constrói um “discurso herético”. Ao apresentar uma espécie de retrato (sociológico) de crianças submetidas ao racismo social, Capitães da Areia é a explicitação da vulnerabilidade dessas crianças, que envolve o abandono, as ligações familiares, o efeito de estigmatização, o desenraizamento, o analfabetismo, a precocidade sexual e a virilidade, o prazer do risco.
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