Artigo Acesso aberto Produção Nacional

RASTROS, MEMÓRIA E DRAMA HUMANO NO ROMANCE BANGUÊ

2022; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ; Volume: 6; Issue: 1 Linguagem: Português

10.18817/rlj.v6i1.2825

ISSN

2527-1024

Autores

Maria Aparecida de Almeida Rego, Derivaldo dos Santos,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar uma leitura do romance Banguê (1934), de José Lins do Rego, a partir da teoria do rastro, de Walter Benjamin (2006), (SEDLMAYER, GINZBURG, 2012). Banguê apresenta como tema central o contexto dos engenhos de cana de açúcar do nordeste brasileiro e tem como narrador protagonista Carlos de Melo, neto do senhor de engenho coronel José Paulino. Será a partir das retomadas de Carlos (os rastros) que o leitor compreenderá o que aconteceu em seu passado. A partir das transformações vividas por Carlos e pelo engenho Santa Rosa, tentaremos mapear os rastros que a narrativa apresenta para significar os restos. É possível perceber que a trajetória vivida por Carlos de Melo revela um encontro entre passado e presente, um passado de abundância e apogeu do Santa Rosa; um presente de decadência do engenho e de solidão de Carlos de Melo. Desse modo, o rastro consiste em um procedimento interpretativo do passado que pressupõe pensar a narrativa a partir do ponto de vista histórico, situando a coisa vivida em tempos de outrora. Segundo Ginzburg (2012), romances com Banguê expõem mundos conflituosos sem conciliação em que a estranheza se acentua. Em meio a tantos conflitos vivenciados pelas personagens, podemos tentar compreender o passado histórico, econômico e social do país.

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