
A marginalização da figura feminina negra empoderada como bruxa em Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, (1986), de Maryse Condé.
2023; Volume: 11; Issue: 1 Linguagem: Português
10.29327/210932.11.1-10
ISSN2525-5924
AutoresElis Regina Fernandes Alves, Henrique Moreira Pacheco,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoAnalisa-se o romance Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, (1986), de Maryse Condé, com o objetivo de analisar a voz de Tituba sobre os acontecimentos de Salem, de forma a simbolizar a voz de “bruxas” e mulheres negras silenciadas pelas histórias oficializadas. Como teoria, utiliza-se o feminismo negro, que discute sobre as mulheres marginalizadas por questões raciais e de classe, com base em Davis (2016; 2018) e hooks (2018; 2019), bem como a discussão sobre a criação do estereótipo de bruxa imputado a mulheres empoderadas, com base em autores como Federici (2017) e Russel e Alexander (2019). A pesquisa revela que a ficção de Condé revisita a história e evidencia a exclusão das mulheres negras da historiografia oficial, como a história de Salem sugere. Ao figurar Tituba como protagonista dos julgamentos das bruxas de Salem, coloca-a em uma posição sempre negada pelo patriarcado e pelos movimentos de supremacia branca.
Referência(s)