
Judeus-caboclos da Amazônia
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 15; Issue: 29 Linguagem: Português
10.35699/1982-3053.2021.35930
ISSN1982-3053
Autores Tópico(s)Indigenous Health and Education
ResumoEste artigo tem como proposta reconstituir o perfil das comunidades descendentes dos judeus radicados na Amazônia desde as primeiras décadas do século XIX, priorizando os marroquinos que optaram por viver em Belém do Pará e Manaus. Recuando no tempo procuramos reconstituir seu quotidiano e as práticas judaicas junto as comunidades de acolhimento. Lembramos que, nas primeiras décadas do século XIX, grupos desses imigrantes judeus foram residir longe dos centros urbanos em ilhotas isoladas, ou seja, em pequenas terras cercadas por igarapés. À margem dos rios moravam em palafitas (casa sob estacas) e dormiam em redes, adaptando-se aos costumes locais. Comemoravam as festas religiosas mais tradicionais: Pessach (Páscoa), o Yom Kipur (Grande Jejum) e Rosh Hashaná (Ano Novo judaico). Inicialmente, ainda sem rabino e sem Torá, o chefe da casa exercia as funções de hazam (cantor litúrgico) recriando as tradições herdadas de seus antepassados. Uma grande aventura para aqueles que não falavam o português e nem estavam acostumados às intempéries de um país tropical. Em busca das visões desse “mundo verde” procuramos reconstituir os vestígios que atestam a presença de judeus marroquinos na Amazônia, valorizando suas casas comerciais, sinagogas, sepulturas, ritos judaicos, culinária e expressões populares.
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