
Uso de repelente como medida de proteção pessoal por mulheres em idade fértil residentes em áreas endêmicas para arboviroses no Nordeste do Brasil
2024; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 27; Linguagem: Português
10.1590/1980-549720240025.2
ISSN1980-5497
AutoresLivia Karla Sales Dias, Carlos Sanhueza-Sanzana, Francisco Marto Leal Pinheiro Júnior, Adriano Ferreira Martins, Francisco Gustavo Silveira Correia, Ítalo Wesley Oliveira Aguiar, Nayane Cavalcante Ferreira, Jeni Stolow, George W. Rutherford, Maria Glória Teixeira, Roberto da Justa Pires Neto, Rosa Lívia Freitas de Almeida, Ivo Castelo Branco Coêlho, Cristiane Cunha Frota, Carl Kendall, Lígia Regina Franco Sansigolo Kerr,
Tópico(s)Healthcare and Environmental Waste Management
ResumoRESUMO Objetivo: Analisar os fatores associados ao uso de repelente individual por mulheres em idade fértil residentes em área endêmicas para arboviroses em Fortaleza, Brasil. Métodos: Coorte realizada entre 2018 e 2019, com mulheres entre 15 e 39 anos, moradoras em Fortaleza, Ceará, Brasil. Participaram 1.173 mulheres, usuárias de quatro unidades primárias de saúde do município. O desfecho foi categorizado em: uso continuado, uso descontinuado e não uso de repelente. Realizada análise de regressão logística multinominal norteada por modelo hierárquico, com apresentação dos respectivos odds ratio (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). As variáveis independentes incluem: dados socioeconômicos e demográficos, características ambientais e sanitárias, conhecimento sobre o repelente e aspectos comportamentais e relacionados à gravidez. Resultados: Somente 28% das participantes referiram o uso de repelente durante as duas ondas da coorte. Mulheres com escolaridade superior (OR=2,55; IC95% 1,44–4,51); com emprego (OR=1,51; IC95% 1,12–2,03); que receberam orientações por profissionais da saúde (OR=1,74; IC95% 1,28–2,36) e pela mídia (OR=1,43; IC95% 1,01–2,02); que intensificaram os cuidados contra o mosquito na epidemia (OR=3,64; IC95% 2,29–5,78); estavam grávidas entre 2016 e 2019 (OR=2,80; IC95% 1,83–4,30) tiveram as chances aumentadas para uso continuado de repelente. Conclusões: O uso de repelente entre mulheres em idade fértil mostrou-se associado a um maior nível de escolaridade, ao emprego, às orientações sobre repelente fornecidas por profissionais de saúde e pela mídia, às mudanças comportamentais de cuidado contra o mosquito durante a epidemia da Zika e à gravidez quando ocorrida a partir do início do período epidêmico.
Referência(s)