Sífilis congênita: elevados índices de tratamento materno inadequado

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1053

ISSN

2177-8264

Autores

Bibiana Letícia Nogara, Jarbas da Silva Ziani, Bruna Lixinski Zuge, ISADORA MACHADO SARMENTO, Cláudia Zamberlan, Francielle Liz Monteiro,

Tópico(s)

Syphilis Diagnosis and Treatment

Resumo

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo Treponema pallidum. Sua transmissão pode ocorrer por relação sexual desprotegida, transfusão sanguínea ou de forma vertical. Apesar de ser uma doença de evolução crônica, tem tratamento e cura. As manifestações clínicas da doença não tratada ou tratada de forma incorreta incluem diferentes alterações, podendo ser assintomática ou ocasionar, no caso de gestantes, casos mais graves, como natimortos e morte neonatal. Diante disso, o presente estudo objetivou analisar os dados referentes às notificações de sífilis congênita do município Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, no período de 2018 a 2021. Trata-se de uma pesquisa epidemiológica de abordagem quantitativa, realizada por meio do banco de dados públicos do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. As variáveis da pesquisa foram monitoramento clínico de sífilis, especificamente a sífilis congênita. Observou-se que 2019 totalizou o maior número de casos (154 casos) e, em 2020, registraram-se as menores taxas, com 37 casos. Diante disso, pode-se verificar a elevada ocorrência de esquema de tratamento materno inadequado. Com relação à faixa etária, a maior incidência ocorreu em gestantes entre 20 e 29 anos e entre 30 e 39 anos. Houve maior prevalência de sífilis latente nas gestantes em 2018 (35%) e em 2021 (36%). O diagnóstico foi realizado no 1º e 3º trimestre gestacional. A maioria dos casos foi de diagnóstico recente, e isso foi observado em todos os anos, porém, em quase todos os anos, também foram notificados casos de abortos e natimortos. Os dados apresentados podem contribuir para o conhecimento de profissionais da saúde e gestores quanto ao panorama da sífilis congênita, permitindo o planejamento e a elaboração de políticas públicas que contribuam com a melhora da atenção e vigilância da sífilis, principalmente no período gestacional.

Referência(s)