Abordagem molecular para detecção de patógenos em tecido placentário humano
2023; Linguagem: Português
10.5327/dst-2177-8264-202335s1065
ISSN2177-8264
AutoresChristinni Machado Venturi, Fernando Hartmann Barazzetti, Marcos André Schörner, Helena Lucia Barroso, Camila Giuberti, João Victor Jacomele Caldas, Rosângela Joanilho Maldonado, Márcia Negreiros Fundão Cruz, Angélica Espinosa Miranda, Maria Luíza Bazzo,
Tópico(s)COVID-19 Impact on Reproduction
ResumoIntrodução: Placenta é um órgão transitório que funciona como sistema de transporte de substâncias da mãe para o feto. A placentação remodela a circulação sanguínea materna, havendo contato direto com a placenta, expondo o feto a possíveis patógenos maternos. Durante a pandemia causada por SARS-CoV-2, estudou-se a possibilidade de infecção congênita em virtude da expressão dos mediadores da entrada viral em vários compartimentos da placenta. Como a placenta forma barreira entre os compartimentos fetais e maternos durante a gravidez, o cordão umbilical é a provável via de infecção materno-fetal de Treponema pallidum (TP), ocorrendo cerca de 661.000 casos de sífilis congênita mundialmente. As infecções congênitas são uma importante causa de morte em todo o mundo. Objetivo: Padronizar uma abordagem molecular para pesquisa de patógenos, TP e SARS-CoV-2 em amostras de tecido placentário. Métodos: Foram analisadas 110 placentas provenientes de mulheres com infecção por SARS-CoV-2 no momento do parto. A extração do material genético do tecido placentário foi realizada utilizando kits comerciais. A amplificação foi realizada por RT-qPCR utilizando os kits Allplex™ SARS-CoV-2 Assay e Allplex™ Genital Ulcer Assay, que detecta sete patógenos causadores de úlceras genitais (Citomegalovírus, Haemophilusducreyi, Vírus herpes simples tipo 1, Vírus herpes simples tipo 2, Lymphogranuloma Venereum, TP e Vírus varicela-zóster). Resultados: Foi padronizado o protocolo para extração de tecido placentário, e seis (5,45%) amostras foram detectadas para SARS-CoV-2, sendo cinco para os genes E, RdRP e N, e uma para S e N; uma (0,91%) placenta foi detectada para Haemophilusducreyi. Conclusão: A placenta é uma amostra biológica capaz de auxiliar na pesquisa de doenças congênitas e infecções maternas, havendo a presença do SARS-CoV-2 no anexo em mulheres que estavam infectadas no momento do parto. Mais estudos são necessários para verificar a presença do TP na placenta e correlacionar com a sorologia da mulher.
Referência(s)