
Analfabetos absolutos no Brasil.
2024; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 25; Issue: 77 Linguagem: Português
10.12957/teias.2014.82663
ISSN1982-0305
Autores ResumoCom base na análise do banco de dados disponibilizado pela PNAD Contínua - Educação 2022, abrangendo os anos 2016, 2017, 2018, 2019 e 2022, desenha-se um breve perfil dos chamados analfabetos absolutos no Brasil, a partir das variáveis: localização, faixa etária, sexo e cor/raça. Ainda que informações a respeito do analfabetismo absoluto sejam recorrentes na mídia nacional, constatou-se que a produção acadêmica acerca do perfil desses sujeitos é escassa. De modo geral, em 2022, aferiu-se que estes somam mais de 9,5 milhões e 51% são homens. Maiores de 40 anos abarcam 89% e 54% são idosos (mais de 60 anos). Mulheres acima de 40 anos respondem por 46% do total, idosas somando 31%. Considerado o total de analfabetos em relação à população de 15 anos ou mais por região, predominam o Nordeste (11,7%) e o Norte (6,4%). Os 9 estados nordestinos ocupam as primeiras posições, liderados pelo Piauí (14,8%), Alagoas (14,4%) e Paraíba (13,6%). Negros (pretos e pardos) somam quase ¾ do total de analfabetos absolutos, 64% na faixa acima de 40 anos. No Nordeste e Norte está também a maior concentração por cor/raça: 12,4% negros e 9,7% brancos e 6,9% negros e 4,5% brancos, respectivamente. No momento em o país se volta para a promulgação do futuro PNE (2024-2034), urge levar ao conhecimento da sociedade características básicas acerca de tais sujeitos, humanizando-os e, sobretudo, exigindo a empatia a que fazem jus no campo das políticas públicas educacionais a serem emanadas pelas três esferas de governo.
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