
NAS BRECHAS DO SISTEMA: DECOLONIALIDADE, COMUNICAÇÃO, MÍDIAS E IDENTIDADE NEGRA
2024; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 8; Issue: 3 Linguagem: Português
10.12957/redoc.2023.74431
ISSN2594-9004
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoA possibilidade de acesso às redes é um traço importante de democratização da comunicação e o ciberespaço é ocupado por inúmeras vozes que até então eram excluídas e invisibilizadas. No mundo físico, o controle dos meios de produção e divulgação de seus produtos ainda se concentra nas mãos de grupos muito bem caracterizados: homens brancos e cisgênero. Conceitos como o colonialismo e a colonialidade do Poder, do Ser e do Saber têm sido importantes aliados nos estudos acadêmicos para explicar essa realidade de inferiorização e de desumanização de pessoas, em especial, os negros. O pacto narcisístico da branquitude perpetua os valores e ideologias de seu grupo e impede os subalternizados de acessar as melhores posições na sociedade. Contudo as transformações políticas, econômicas e educacionais, principalmente as ocorridas nas últimas duas décadas (2000-2020), têm mudado esse cenário. A emancipação pelo acesso à educação e o maior poder aquisitivo da população negra tem modificado o perfil das universidades e tensionando esses espaços pelo questionamento decolonial e ampliando as pesquisas que tratam das especificidades da população negra tendo as vivências desta mesma população. Neste ensaio teórico considera-se que, se no ciberespaço a presença dos corpos negros é uma realidade tangível, já nas emissoras de Tv aberta a presença de protagonistas negros que fujam dos estereótipos que desumanizam e subalternizam seus corpos tem se constituído em mais um dos desafios deste grupo contra o racismo e na direção de uma sociedade mais justa e menos desigual. Daí a importância da convergência das mídias, que, ao inserir programas televisivos nas redes sociais digitais, amplia o escopo dos interlocutores, para além da comunicação síncrona e em tempo real, e para além do território nacional, promovendo, assim, a ampliação da perspectiva de alteridade.
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