Laboratório de biologia molecular, microbiologia e sorologia – UFSC
2023; Linguagem: Português
10.5327/dst-2177-8264-202335s1106
ISSN2177-8264
AutoresMarcos André Schörner, Fernando Hartmann Barazzetti, Jéssica Motta Martins, R. Martinez, Hanalydia de Melo Machado, Mayra Gonçalves Aragón, Pâmela Cristina Gaspar, Ronaldo Zonta, Angélica Espinosa Miranda, Maria Luíza Bazzo,
Tópico(s)Syphilis Diagnosis and Treatment
ResumoIntrodução: Diariamente, mais de 1 milhão de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são adquiridas no mundo. Em 2020, foi estimado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um total de 156,3 milhões, 128,5 milhões e 82,4 milhões de novos casos de Trichomonas vaginalis (TV), Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG), respectivamente. Para Mycoplasma genitalium (MG), a prevalência estimada é de 0,5 a 10% na população geral. Objetivo: Rastrear TV, CT, NG e MG em participantes assintomáticos atendidos em centros públicos de saúde de Florianópolis. Métodos: Quatro policlínicas foram selecionadas para a coleta de amostras uretral, anal e de orofaringe de homens cis e mulheres trans/travestis, assintomáticos e em uso de profilaxia pré-exposição (PrEP). As amostras foram processadas utilizando os kits Aptima Combo 2, Trichomonas vaginalis e Mycoplasma genitalium (HOLOGIC) no sistema Panther. Resultados: Foram realizadas 496 coletas de 187 voluntários de fevereiro a março de 2023, sendo 146 amostras de uretra, 186 de orofaringe e 164 amostras anais. Do total de amostras, 15,9% (79/496) foram detectadas para pelo menos um patógeno. O patógeno mais frequentemente encontrado foi CT (6,25%, 31/496), seguido de NG (5,65%, 28/496), MG (5,44%, 27/496) e TV (1,61%, 8/496). Por sítio anatômico, CT foi mais predominante nas amostras anais (11,59%), NG foi mais encontrada em amostras de orofaringe (6,45%), enquanto NG e CT foram predominantes nas amostras uretrais (4,11%). Em 21,5% das amostras detectadas (17/79) foram observadas coinfecções, sendo a mais prevalente CT/NG (9/17), seguido de NG/MG (4/17), CT/MG (2/17), CT/TV (1/17) e CT/NG/MG (1/17). Conclusão: Sítios anatômicos extragenitais são importantes reservatórios e desempenham um papel crítico na transmissão de ISTs, uma vez que grande parte das infecções é assintomática nesses sítios. Testes regulares e tratamento oportuno podem ajudar a prevenir a transmissão dessas infecções.
Referência(s)