Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Influência da postectomia na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis: uma revisão narrativa

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1135

ISSN

2177-8264

Autores

G. F. Silva, Ângelo Maurílio Fosse Júnior, Rodrigo Castro, Wilma Nanci Campos Arze, Mauro Romero Leal Passos,

Tópico(s)

Women's cancer prevention and management

Resumo

Introdução: A postectomia ou circuncisão é um procedimento cirúrgico com o objetivo de remover o anel fibrótico prepucial permitindo a exteriorização permanente da glande, facilitando a higiene local e o fluxo urinário. Diversos estudos vêm sendo realizados com o intuito de avaliar o papel da postectomia como prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Diversos estudos de coorte, assim como metanálises, afirmam que homens circuncidados têm menores chances de contrair ISTs e o efeito protetor pode ser devido ao fato de tornar o pênis menos suscetível a microfissuras, especialmente durante o ato sexual, o que favorece a entrada de patógenos. Objetivo: Realizar uma revisão narrativa da literatura para avaliar a influência da postectomia na prevenção das ISTs. Métodos: Realizou-se uma busca ativa, entre abril e maio de 2023, nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO) com os descritores “male circumcision” (circuncisão masculina), “infectious diseases” (doenças infecciosas), “benefits of male circumcision” (benefícios da circuncisão masculina), “circumcision and sexual behavior” (circuncisão e comportamento sexual), IST e DST. Foram incluídos artigos escritos originalmente em português e inglês. Resultados: A revisão narrativa mostrou que a postectomia está associada a menores taxas de ISTs, especificamente causadas pelo Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV), pelo papilomavírus humano (HPV) e pelo Vírus Herpes Simplex (HSV). Esses benefícios de prevenção de ISTs também se estendem às parceiras, que têm taxas reduzidas de sífilis, HPV, vaginose bacteriana e tricomoníase. Conclusão: É notório que políticas públicas para o desenvolvimento de campanhas estimulando a realização de postectomia podem ser uma importante estratégia na prevenção das ISTs. No entanto, outras formas de prevenção de ISTs não devem ser abandonadas e substituídas pela circuncisão.

Referência(s)