Um relato de caso sobre doença de Bowen diagnosticada em um ambulatório de infecções sexualmente transmissíveis em Ribeirão Preto, São Paulo
2023; Linguagem: Português
10.5327/dst-2177-8264-202335s1118
ISSN2177-8264
AutoresFernanda Bueno Peixe Del Bianco, Eloísa Yara Araújo Clemente, Geovanna Botelho Silveira, Laura de Oliveira Teixeira, Licério Miguel, Nárima Caldana, Paula Altieri Pin,
Tópico(s)Nail Diseases and Treatments
ResumoIntrodução: A doença de Bowen (DB) trata-se de uma lesão pré-cancerosa (carcinoma in situ) com potencial de invasão e evolução para carcinoma espinocelular. Apresenta evolução lenta e manifestações clínicas minimamente sintomáticas, quando presentes, como queimação e prurido local, fatores que podem retardar o diagnóstico. O aspecto macroscópico da lesão varia desde placas eritematosas hipo ou hiperpigmentadas, contornos bem definidos, podendo coexistir áreas de fissuras e ulcerações, até lesões vegetantes. O acometimento em áreas que não sofreram exposição solar pode estar relacionado à infecção pelo HPV. O diagnóstico definitivo somente é possível com biópsia das lesões, tendo como característica principal integridade da membrana basal. Objetivo: Relatar um caso de uma paciente com DB diagnosticada e atendida em um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). Métodos: Trata-se de um relato de caso realizado a partir de revisão de prontuário e revisão de artigos científicos sobre o tema. Resultados: Paciente R.A.F., 42 anos, previamente hígida. Durante seguimento ginecológico, em 2022, foi identificada lesão em nádega direita, bem definida, friável, indolor, não pruriginosa, de crescimento rápido em 6 meses. No mesmo dia foi realizada exérese da lesão, sem intercorrências. Fragmento enviado para estudo histopatológico, posteriormente identificada pele com área de ortoceratose moderada a intensa localizada sobre carcinoma espinocelular in situ, característico da DB, associado à inflamação crônica inespecífica, à ausência de neoplasia infiltrativa e margens cirúrgicas livres nos diversos cortes histológicos. Após ser encaminhada para avaliação dermatológica, ao exame físico apresentava cicatriz em região medial glútea à direita, com aproximadamente 2 cm, sem surgimento de novas lesões. Conclusão: Apesar do espectro clínico restrito e diante da diversidade de diagnósticos diferenciais, reforça-se a importância do exame físico minucioso e diagnóstico precoce que, nesse caso, foi imprescindível para identificação da lesão e posterior confirmação de uma manifestação atípica da DB.
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