
Coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: uma análise temporal e espacial
2023; Linguagem: Português
10.5327/dst-2177-8264-202335s1112
ISSN2177-8264
AutoresKarol Fireman de Farias, Beatriz Almeida Santos, Caíque Jordan Nunes Ribeiro, Allan Dantas dos Santos, Álvaro Lopes Sousa, Thayane Santos Siqueira, Lucas Almeida Andrade, Ericlis dos Santos Silva, Adriano José dos Santos, Shirley Verônica Melo Almeida Lima,
Tópico(s)Syphilis Diagnosis and Treatment
ResumoA tuberculose (TB) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV) são doenças infectocontagiosas com alta mortalidade mundial, cuja associação entre elas constitui uma condição de saúde potencialmente fatal. Entre os países com maior número estimado da coinfecção TB-HIV, está o Brasil. Assim, analisou-se o padrão epidemiológico, temporal e espacial da coinfecção TB-HIV no Brasil de 2001 a 2020. Trata-se de um estudo ecológico, de série temporal, com dados de domínio público do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis categóricas foram sumarizadas em frequência simples e absoluta. Na análise espacial foram utilizados o método bayesiano para suavização de taxas e o índice de Moran para avaliar a autocorrelação espacial. A análise de tendência contou com a regressão Joinpoint e considerou seis variáveis dependentes: incidência de coinfecção TB-HIV no Brasil e por regiões brasileiras, sexo, faixa etária, zona de residência e desfecho do caso. No período de 2001 a 2020 ocorreram 179.067 casos novos de coinfecção TB-HIV, na faixa etária de 35–44 anos (33,8%), em que a maioria era do sexo masculino (71%), residente em zona urbana (70%) e na região Sudeste (46,2%). A taxa de incidência apresentou tendência crescente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e decrescente no Sudeste. Espacialmente notou-se elevada incidência nos estados do Amazonas, Roraima, Pará, Pernambuco, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Adicionalmente, 1.004 municípios de todos os estados do país, exceto Amapá, apresentaram áreas com autocorrelação local significativa. O estudo contribui com a caracterização epidemiológica da TB-HIV no Brasil com foco no sexo masculino, em idade produtiva e moradores de áreas urbanas. Salientam-se as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste como prioritárias. Tornam-se imprescindíveis a elaboração e a implementação de políticas públicas direcionadas à prevenção do agravo por meio de uma abordagem espacial de risco e temporal.
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