Artigo Acesso aberto

Papel da expressão de proteínas virais E6 e E7 pelo HPV na oncogênese do carcinoma de células escamosas de cavidade oral e orofaringe: revisão sistemática

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1133

ISSN

2177-8264

Autores

Maria Victoria Souza da Silva Conde,

Tópico(s)

Head and Neck Cancer Studies

Resumo

Introdução: Diversos estudos publicados avaliam a associação da expressão de proteínas E6 e E7 pelas variantes de alto risco do papilomavírus humano (HPV) e a transformação e evolução maligna para carcinoma de células escamosas de cavidade oral e orofaringe (CCECOO). No entanto, os resultados permanecem inconsistentes quanto aos mecanismos de oncogênese. Objetivo: Realizar revisão sistemática para obter entendimento preciso do mecanismo pelo qual as proteínas E6 e E7 induzem a oncogênese no genoma celular para o desenvolvimento de CCECOO. Métodos: A literatura elegível foi pesquisada pela Pubmed, EMBASE e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), de 04 de março a 26 de agosto de 2023. Resultados: O HPV tem variantes de maior risco oncogênico, especialmente os subtipos 16 e 18. Em uma infecção persistente dos queratinócitos na camada basal do epitélio exposto através de microferidas, a proteína viral E2 controla rigidamente a expressão das principais proteínas virais E6 e E7. Essas proteínas são as principais impulsionadoras da tumorigênese ao inativar dois dos mais importantes supressores tumorais, pRb e p53. A ligação da proteína E7 do HPV de alto risco com pRb resulta na liberação do fator de transcrição E2F do complexo proteico pRb-E2F, promovendo a progressão do ciclo celular, além da inibição transcricional do gene p16INK4A, viabilizando a evolução de lesões com alto risco para malignidade. Conclusão: As proteínas do HPV interrompem ou usurpam múltiplas vias de sinalização celular para manter as células infectadas em um estado proliferativo, facilitando a replicação e a persistência viral. Consequentemente, o acúmulo de mutações nos genes celulares e o aumento da instabilidade genômica resultam na transformação completa. A interrupção eficiente da função de p53 e Rb por E6 e E7, gerando instabilidade genômica celular, é crucial para esse processo e evolução para malignidade.

Referência(s)