Artigo Acesso aberto

Consumo de álcool e outras substâncias ilícitas antes ou durante as relações sexuais entre homens que fazem sexo com homens no Brasil

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1160

ISSN

2177-8264

Autores

Rafael Steffens Martins, Tássia Rolim Camargo, Amanda de Carvalho Robaina, Paulo Rocha Dornelles, Ana Paula Muterle Varela, Fernando Hayashi Sant’Anna, Camila Bonalume Dall’Aqua, Eliana Wendland,

Tópico(s)

HIV/AIDS Research and Interventions

Resumo

Introdução: O uso de álcool e outras substâncias antes das relações sexuais costuma ser mais prevalente entre homens que fazem sexo com homens (HSH) e está associado com o aumento no risco de sexo desprotegido. Objetivo: Avaliar a prevalência de consumo de álcool e substâncias ilícitas antes ou durante o sexo em HSH no Brasil. Métodos: O SMESH foi um estudo transversal nacional, realizado entre 2018 e 2023, que avaliou a prevalência de papilomavírus humano (HPV) em HSH, por meio de Respondent-Driven Sampling (RDS). Foi estimada a razão de prevalência de uso de substâncias antes ou durante o sexo, utilizando Regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Dos 1.376 entrevistados, 688 (50%) utilizaram ao menos um tipo de substância ilícita antes ou durante o sexo, nos 3 meses prévios à participação na pesquisa. As substâncias mais utilizadas foram maconha (46%), cocaína (14,1%) e alucinógenos (11,4%). A prevalência de uso de álcool e substâncias ilícitas nas relações sexuais foi de 61,9 e 33,6%, respectivamente. Foram associados à maior prevalência ter ensino médio completo (RP: 1,59 intervalo de confiança de 95% [IC95%] 1,01–2,50), ser branco (RP: 1,33 IC95% 1,13–1,57) e já ter sido pago por sexo (RP: 1,65 IC95% 1,38–1,98). Verificou-se uma redução de prevalência associada ao aumento da idade (RP: 0,97 IC95% 0,96–0,98). Conclusão: A prevalência de uso de substâncias antes ou durante o sexo é alta em HSH, sobretudo em jovens. Essa população tem apresentado maior aumento na detecção de HIV na última década. Ainda, esse uso mais prevalente em pessoas com histórico de sexo comercial pode acentuar a vulnerabilidade dessa população perante ao risco de sexo desprotegido.

Referência(s)