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Conhecimento sobre HPV em profissionais do sexo no Brasil: estudo SMESH

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1156

2177-8264

Paulo Dornelles, Tássia Camargo, Natália Luiza Kops, Rafael Martins, Ana Paula Muterle Varela, Camila Dall’Aqua, Eliana Wendland,

Science and Education Research

Introdução: O papilomavírus humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais prevalentes do mundo. O nível de conhecimento sobre IST pode influenciar na tomada de decisão quanto ao uso de métodos preventivos, porém poucos estudos abordam o nível de conhecimento sobre HPV em populações-chave. Objetivo: Avaliar o conhecimento sobre HPV em profissionais do sexo no Brasil. Métodos: O SMESH é um estudo transversal, que ocorreu entre 2018 e 2023, e utilizou o método Respondent-Driven Sampling (RDS) para avaliar a prevalência de HPV em profissionais do sexo. Foram incluídos indivíduos maiores de 18 anos, em nove capitais, representativas das cinco regiões do Brasil. A participação envolveu a realização de entrevista que incluiu questões para avaliar o conhecimento sobre HPV, com as opções de resposta “Falso”, “Verdadeiro” ou “Não sei”. O nível de conhecimento foi definido por meio de um escore com base no número de acertos. Resultados: Foram entrevistados 933 profissionais do sexo (808 mulheres e 125 homens), dos quais 352 (37,70%) alegaram não conhecer o HPV e os demais (581, 62,30%) responderam ao questionário de conhecimento. Apenas 38,07% responderam mais de 70% das perguntas corretamente. A relação do HPV com câncer de colo de útero teve 84% de acertos, enquanto 68% dos participantes consideraram verdadeiro que homens não contraem o vírus. Conclusão: Menos da metade dos participantes acertaram pelo menos 70% das afirmativas, mostrando um conhecimento limitado sobre HPV. A relação do HPV com o câncer de colo de útero foi a afirmativa mais conhecida, provavelmente devido ao fato de ser a principal associação divulgada nas campanhas de saúde. A falta de conhecimento sobre formas de transmissão do HPV evidencia a necessidade de estratégias de comunicação sobre esse agravo, principalmente para essa população, com maior exposição às IST.