Sífilis elegante simulando reação hansênica tipo 1

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1165

ISSN

2177-8264

Autores

Marcos Davi Gomes de Sousa, Leonardo Lora, Manuella Carvalho Macedo, Nathalie Dockhorn Menasche, Juliana Robert Texeira Lopes, Tamiris Rosa Romer, Fernanda Cavalcanti Ferreira de Souza de Paula Faria, Luiza Sales Franco,

Tópico(s)

Syphilis Diagnosis and Treatment

Resumo

Introdução: A sífilis é uma infeção sexualmente transmissível (IST) conhecida como a grande simuladora, tendo em vista que entre os seus diagnósticos diferenciais incluem-se muitas dermatoses, entre elas a hanseníase (MH). Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 30 anos, autodeclarada negra, apresentando placas eritemato infiltradas, não pruriginosas ou dolorosas, disseminadas em rosto, tronco e membros, com um mês de evolução. Fez uso de corticoide oral e anti-histamínicos, sem melhora das lesões. De antecedente, usava anticoncepcional oral e tinha parceiro sexual fixo, o qual era portador de hanseníase. Ao exame físico, observaram-se as lesões previamente descritas, porém sem alteração da sensibilidade, nem espessamento neural. Baciloscopia, anti-PGL-1, bem como o exame micológico direto, foram negativos. PCR para M leprae veio positivo (carga bacilar baixa). O laudo anatomopatológico da biópsia de pele sugeriu reação hansênica tipo 1 ou sífilis secundária. O FTA-Abs veio positivo e o Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) 1:32. Foi feito aconselhamento em saúde sexual, com solicitação de teste rápido anti-HIV e hepatites B e C, que foram não reagentes. Foi prescrito tratamento com penicilina benzatina 1.200.000 UI via intrasmuscular, em dose única, havendo involução completa do quadro clínico em alguns dias. Após 6 meses de acompanhamento, o VDRL foi “não reagente”. Após 2 anos de acompanhamento, não houve sintomas sugestivos de hanseníase e o VDRL permaneceu não reagente. Conclusão: O presente caso ilustra a importância do diagnóstico clínico auxiliado pelos exames laboratoriais. Uma das explicações para detecção do material genético do M. leprae na lesão seria contaminação com DNA exógeno. Pela possibilidade de falsos positivos ou negativos, a clínica permanece soberana.

Referência(s)