Artigo Acesso aberto

Pré-natal de crianças com suspeita de sífilis congênita em hospital referência de Santa Catarina

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1150

ISSN

2177-8264

Autores

Isabela Flebbe Strapazzon, Emanuela da Rocha Carvalho,

Tópico(s)

Syphilis Diagnosis and Treatment

Resumo

Introdução: A sífilis congênita é reflexo da infecção gestacional não tratada adequadamente. Representa um desafio de saúde pública no Brasil e em Florianópolis, com incidências altas: 9,9 e 13,3 casos a cada 1.000 nascidos vivos em 2021, de acordo com o Ministério da Saúde. Necessita-se buscar as fragilidades sistêmicas que resultam na infecção fetal, com o pré-natal e a investigação preconizada representando objetos de esforço para prevenção. Objetivo: Descrever o pré-natal das gestações de população com suspeita de sífilis congênita. Métodos: Estudo descritivo e observacional com análise de prontuários de pacientes atendidos entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022 por suspeita de sífilis congênita em ambulatório referência, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob Parecer nº 6.056.776. Resultados: Foram analisados 145 prontuários. A mesorregião, em 82,8%, foi Grande Florianópolis. A idade materna mais frequente foi de 20–34 anos (27,6%). A ocupação, em 20,7% dos casos, foi “desempregada” ou “do lar”. Em 85,5% dos casos foi realizado pré-natal, e dos registrados, 62,2% realizaram seis ou mais consultas. Testes não treponêmicos foram reagentes em 89% dos casos, enquanto em 68,3% o resultado de teste treponêmico foi ignorado. Em 37,9% dos casos foi diagnosticada sífilis no primeiro trimestre; em 22,1%, no segundo trimestre; em 16,6%, no terceiro trimestre; e em 11,7%, no parto. Em 71,7% dos casos foi iniciado tratamento; em 44,1% finalizou-se mais de 30 dias antes do parto; e em 29,7% houve registro de queda adequada de títulos. Em 31,7% foi registrado tratamento da parceria sexual. A testagem para HIV foi negativa em 36,6% dos casos, e em 51%, foi ignorada. Conclusão: Em maioria, houve número adequado de consultas pré-natais, de acordo com o Ministério da Saúde, e diagnóstico precoce da sífilis. Entretanto, houve tratamento apenas materno, próximo ao parto e sem queda adequada de títulos. Necessita-se, assim, de maior integralidade do acesso e precisão do tratamento da sífilis gestacional.

Referência(s)