Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Avaliação de vaginoses, vaginites e cervicites: bacterioscopia e detecção molecular de patógenos

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1182

ISSN

2177-8264

Autores

Jhonatan Augusto Ribeiro, Jéssica Motta Martins, Julia de Abreu Azevedo, Hanalydia de Melo Machado, Marcos André Schörner, Fernando Hartmann Barazzetti, Maria Luíza Bazzo,

Tópico(s)

Syphilis Diagnosis and Treatment

Resumo

Introdução: A microbiota vaginal exerce papel importante para a manutenção da saúde do trato genital feminino, sendo constituída principalmente de lactobacilos. Quando algum evento perturba o equilíbrio, ocorre quadro de disbiose com sintomas de corrimento vaginal anormal, odor, irritação, coceira ou queimação. As causas mais comuns são vaginose bacteriana (VB), candidíase vulvovaginal (CVV) e infecções sexualmente transmissíveis (IST), causadas por Chlamydia trachomatis (CT), Mycoplasma genitalium (MG), Trichomonas vaginalis (TV) e Neisseria gonorrhoeae (NG). Objetivo: Detectar a causa das vaginoses e vaginites em mulheres sintomáticas e observar a positividade das IST nessas amostras. Métodos: Foram coletadas 89 amostras de mulheres sintomáticas em Florianópolis, Santa Catarina, utilizando swab vaginal para realização da bacterioscopia e biologia molecular. A bacterioscopia foi realizada por meio da coloração de Gram e a identificação molecular dos patógenos foi realizada utilizando kit Allplex™ CT/NG/MG/TV Assay (Seegene, Korea). Resultados: Das 89 amostras analisadas pela bacterioscopia, 33 (37,1%) não apresentaram alterações, sendo consideradas negativas para VB. Em 28 (31,5%) amostras, foram observados cocobacilos Gram variáveis sugestivos de VB por Gardnerella vaginalis, e seis (6,7%) dessas amostras apresentaram associação com Mobiluncus spp (Mob). Leveduras e pseudo-hifas foram observadas em 16 (18%) amostras, sugestivas de CVV. Em duas (2,2%) amostras foram observadas TV e duas (2,2%) amostras foram sugestivas de vaginose citolítica. Oito (9,0%) amostras foram consideradas inadequadas, em razão da presença de muco ou problemas na confecção do esfregaço. Das 89 amostras analisadas por biologia molecular, 12 (13,5%) apresentaram algum patógeno identificado, sendo três CT, quatro MG, uma NG e duas TV. Em duas amostras foram detectadas coinfecção, sendo uma NG+CT e a outra TV+CT. Foi observado em duas amostras a associação de VB+Mob com IST (1 VB+Mob+NG+CT e 1 VB+Mob+MG), e em uma amostra a associação de CT e CVV. Conclusão: A bacterioscopia permanece como método importante na avaliação dos casos de corrimento em mulheres, devendo-se considerar também a utilização de métodos moleculares para detecção de IST.

Referência(s)