Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A conquista de um lirismo de libertação: uma leitura de Libertinagem, de Manuel Bandeira

2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 1; Issue: 35 Linguagem: Português

10.5007/2176-8552.2023.e94696

ISSN

2176-8552

Autores

Elzio Quaresma Ferreira Filho, Antônio Máximo Ferraz,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

Este artigo pretende realizar uma leitura de Libertinagem, quarto livro de poesia de Manuel Bandeira, partindo da hipótese de que, nessa obra, se pode vislumbrar a conquista de um lirismo de libertação, o qual propicia uma libertinagem poética que não se reduz à desordem, sem um significado maior. Em verdade, essa libertinagem se constitui como uma travessia por temas e formas distintos, os quais conduzem o leitor a possibilidades que não cabem em conceituações. Para isso, privilegiaremos, em diálogo com o pensamento de Martin Heidegger acerca do poético, a escuta do dizer da linguagem que ressoa nos poemas interpretados, sem a adoção de métodos interpretativos previamente formulados, pois compreendemos a interpretação como um exercício de deixar a obra falar por si mesma, não como a imposição de teorias prévias a seu manifestar. Por fim, também dialogaremos com autores que compõem a fortuna crítica de Bandeira e com outros que, de algum modo, contribuam para uma jornada interpretativa que vá além da inegável importância de Libertinagem para o Modernismo Brasileiro, vislumbrando, assim, algumas de suas possibilidades: a grave reflexão, o fino humor, a percepção criativa do cotidiano, a evocação poética do passado e o desejo por escrever um último poema.

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