
Feridas do corpo e/ou chagas da alma? A corporeidade digital enquanto figuração do pecado em <i>Dante’s Inferno</i> (2010)
2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA; Volume: 15; Issue: 2 Linguagem: Português
10.5902/2357797587664
ISSN2357-7975
AutoresRenan Marques Birro, George Leonardo Seabra Coelho, Christiano Britto Monteiro dos Santos,
Tópico(s)Digital Media and Philosophy
ResumoO presente artigo pretende aproveitar o profícuo debate entre o estudo dos jogos (game studies) e neomedievalismo para explorar como os desenvolvedores do jogo digital Dante’s Inferno (2010) recorreram a diferentes recursos visuais e táteis para explorar a corporeidade dos personagens (incluindo de Dante, o protagonista) no Inferno de modo similar aos constructos teológicos típicos do período tardomedieval e da proposta do autor d’A Divina Comédia, Dante Alighieri (1265-1321). Para tanto, recorreremos ao debate em torno da ideia de figura de Auerbach (2021[1944]) e Didi-Huberman (1995), em um esforço de celebrar tanto a agência e o enredo (plot) do protagonista quanto das sombras dos condenados como formas de expressar suas “corporeidades digitais” (considerando a ausência de um corpo físico no Inferno) a partir de uma sofisticada compreensão e emulação da figuração do pecado. Desta feita, o arco narrativo estipula ainda uma construção que forja uma associação entre uma ferida autoinfligida pelo protagonista e sua posterior cura como um processo de depuração dos pecados em vida - procedendo assim uma fortuita aproximação da produção digital com a obra original.
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